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O Rio de Janeiro foi, pela segunda vez consecutiva, sede de um dos maiores e mais conhecidos eventos de inovação tecnológica do mundo, o Web Summit. Uma atmosfera incrível: pessoas do mundo inteiro; de todas as regiões do Brasil; de empresas-referência; centenas de startups; três dias de muito conteúdo de todas as naturezas. Foram quase 35 mil pessoas presentes no evento, 61% a mais que na primeira edição, em 2023. Além de 1.066 startups, representando 42 países e 31 indústrias, de acordo com dados da organização do evento.

Sou apaixonado por tecnologia desde que me conheço por gente (há pelo menos 25 anos) e sempre admirei a evolução tecnológica em passos largos a cada novo evento. Neste ano, a minha principal observação é que tecnologia sempre foi a grande atração destes eventos, mas percebi que alguma coisa mudou. Não me entenda mal, a tecnologia continuará evoluindo rapidamente e sempre haverá a "bola da vez": Blockchain, metaverso e, agora, Inteligência Artificial. Mas, nos últimos anos, é perceptível que nosso maior desafio não é mais o ponto de maturidade da tecnologia e, sim, o quanto as pessoas estão preparadas para entender, compreender e tomar ações de ordem prática.

Vamos entender melhor o pensamento: o ChatGPT foi lançado em 30 de novembro de 2022 e atingiu 1 milhão de usuários em apenas cinco dias; contra 2,5 meses do Instagram; 10 meses do Facebook; e 3 anos e meio do Netflix, segundo a Statista. A combinação da simplificação de uso da tecnologia, a curiosidade e criatividade das pessoas criou tal fenômeno. Junto a isso, nasceu um medo latente em muitas pessoas: a substituição de profissionais pela Inteligência Artificial.

Adivinhe só qual foi o assunto mais falado no Web Summit Rio? Óbvio que Inteligência Artificial. Só que, dessa vez, o tom é mais equilibrado com o que acredito ser o futuro: Inteligência Artificial é meio para potencializar a criatividade do ser humano – é uma questão sutil e assimétrica.

E podemos dizer que a curiosidade humana continuará motivando a evolução tecnológica, a democratização permitiu acesso a tais tecnologias para um grupo significativo de pessoas, e chegamos a um ponto de reflexão importante: como habilitar e preparar as pessoas para usarem todo o potencial de tais tecnologias?

"Web Summit é como se fosse o principal torneio de futebol das conferências de tecnologia, Fortune". E acrescento que explorou muito bem a importância da curiosidade, da criatividade e da colaboração humana. Esta é a melhor definição do que o Web Summit representou na minha visão.

Gostaria de trazer uma reflexão final sobre um potencial ponto de partida: uma das palestras mais marcantes foi a de Brian Collins, co-fundador da Collins, sobre futuro, resumindo mais ou menos assim:

“O futuro sempre começou na ideia, no sonho e na criatividade humana.
O futuro é imprevisível e dinâmico.
O futuro é de pessoas colaborativas, não se constrói nada sozinho.
O futuro é transformador.”

Então, como fazer uma organização, seus colaboradores e clientes abraçarem a transformação? Faça o futuro tão irresistível que se torne inevitável. Em vez de focar em preparar um futuro à prova de balas ("Future Proof"), construa o futuro ("Future Build").

Web Summit Rio 2025, nos veremos lá.

*Diego Santos é Gerente Executivo de Inovação da Wake 

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