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O iFood decidiu incorporar a fintech Zoop, que ficava debaixo da holding Movile, a controladora do aplicativo de delivery. A companhia, que também já tinha fundido a MovilePay dentro da sua estrutura, está reformulando a conta digital, lançada há cerca de dois anos, e criando agora um banco digital completo voltado para restaurantes, batizado de iFood Pago.

Com a Zoop, o iFood Pago terá uma licença de instituição de pagamento, e com a MovilePay, já tinha permissão do Banco Central para atuar como sociedade de crédito direto (SCD). Assim, o novo banco nasce com 140 mil contas digitais ativas e já concedeu R$ 1,5 bilhão em crédito. O volume de pagamentos transacionado já supera R$ 70 bilhões por ano. O grupo não abre o tamanho atual do portfólio, mas diz que o objetivo é chegar ao fim do ano com um estoque de R$ 1 bilhão em crédito ativo. Um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC) já foi estruturado para essa oferta de crédito.

O iFood Pago também terá uma vertical de adquirência. A Zoop já atua como subadquirente e pode se tornar uma adquirente “full” no futuro. O grupo está indo do mundo virtual para o físico com o lançamento da sua “maquininha” de cartão, apelidada de “Maquinona”. Segundo o grupo, nos próximos meses cerca de 5 mil maquininhas chegam ao mercado e a expectativa é ter cerca de 50 mil restaurantes operando com a “Maquinona” até março de 2025.

A vertical do iFood Benefícios, o cartão multibenefícios voltado para o mercado de benefícios corporativos e para RH, também ficará debaixo do guarda-chuva do iFood Pago. Com todas essas operações, a expectativa do grupo é que o novo banco digital feche seu ano fiscal (em março de 2025) com receita de R$ 1 bilhão.

“Somos um banco pra valer. O iFood Pago pode fazer o iFood dobrar de tamanho, em faturamento, lucro, tudo. Temos 350 mil restaurantes ativos no nosso ecossistema, com 50 milhões de clientes, 250 mil entregadores. Temos dez anos de dados sobre esses restaurantes e estamos aportando tecnologia e inovação”, diz Bruno Henriques, CEO do iFood Pago. O executivo está na companhia desde 2019 e foi responsável por projetos de Inteligência Artificial (IA), entre outros.

Segundo ele, o iFood utiliza os dados transacionais dos restaurantes parceiros para modelar e entender qual a melhor linha de crédito para cada estabelecimento, com informações às quais outros players do mercado não têm acesso. “Nosso objetivo é auxiliar na gestão financeira dentro e fora do salão, apoiando os estabelecimentos para que tenham os melhores resultados, vendam mais, reduzam seus custos para operar, ao levar crédito e gerar tráfego para as operações on-line e no local”, explica.

Para montar o banco, o iFood Pago trouxe uma série de executivos do setor financeiro, entre eles Clecio Dias, que tem passagens por Itaú, McKinsey, The Hive, GuiaBolso, entre outros, e no grupo atua como diretor de crédito. “Temos um respeito ao risco de crédito muito forte. Quando alguém chega aqui e fala que vai usar IA para fazer uma modelagem de crédito melhor que os grandes bancos, eu digo que pode ir embora. Queremos aprender com os bancos, conquistar esses processos, modelos, esquemas de cobrança. Por isso trouxemos gente especializada.”

Apesar de inicialmente o banco ser focado em restaurantes, que é a operação mais madura do iFood, Henriques não descarta que posteriormente seja incluídos outros segmentos, que hoje em dia já estão dentro do aplicativo de delivery, como supermercados, farmácias e petshops. Ele também diz que, no futuro, o grupo pode pleitear uma licença de banco comercial propriamente dita. “Isso faz sentido, mas não precisamos correr com isso. Vamos passo a passo.”

Na vertical de adquirência, o executivo diz que não será simplesmente uma maquininha tradicional, e sim agregar dados e auxiliar na estratégia dos restaurantes parceiros. Nos testes iniciais, o grupo diz que já vê os estabelecimentos que usam a Maquinona incrementando em 7% suas vendas. “Acreditamos que o potencial é ainda maior, uma vez que os donos de restaurantes passarão a cuidar proativamente do relacionamento com seus clientes.”

Já na parte de benefícios, o iFood já tem 500 mil usuários do seu cartão, e a operação — que tem o humorista Fábio Porchat como garoto-propaganda — está crescendo bastante, diz Henriques. “O iFood Benefícios está modernizando o setor e, com a evolução deste mercado, cresce exponencialmente em aquisição de novas vidas”.

Conforme o Valor mostrou, apesar de a interoperabilidade e a portabilidade dos cartões terem sido aprovadas há mais de um ano, a falta de regulamentação inviabiliza a implementação desses modelos. Para Henriques, a expectativa é que essa regulamentação avance, de modo a facilitar a portabilidade. “O benefício é do usuário, então ele pode decidir com quem quer trabalhar. A lei já definiu isso. Agora as normas precisam ser definidas, de forma a não criar barreiras para o usuário fazer essa portabilidade.”

A Zoop, que atende diversos clientes fora do ecossistema do iFood, incluindo o Nubank, vai continuar atuando dessa forma. “Nós queremos aumentar nosso relacionamento com os bancos. Temos o NuPay, por exemplo, integrado dentro do app do iFood e a relação é ótima, vemos como um ‘ganha-ganha’”, diz o executivo.

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