Não é incomum que conexões entre design e memória estejam presentes em muitas criações que estimulam reflexões e sensações em quem as observa. Foi a partir deste intuito de reafirmar essa relação entre móveis e histórias que nasceu o recente projeto criado pela galeria carioca Lipe, em que autores convidados assinam contos inspirados por peças que fazem parte do acervo presente no local.
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Intitulada Móveis com Histórias, a primeira edição da iniciativa será lançada digitalmente em agosto, nas redes sociais e no site da marca. Ao longo de dois meses, sempre às sextas-feiras, o público terá a oportunidade de conferir um texto original. Idealizada por Felipe Santos e Bernardo Magalhães, que estão à frente da galeria, a ação é descrita como “uma janela para a criatividade e imaginação nacionais”.
Desenvolvimento
Esta série inicial, contará com a participação de oito escritores que foram convidados pela dupla visando a expertise literária, além de propor a diversidade de olhares. “O conto de estreia será assinado por Flávio Izhaki (a respeito da poltrona MP-19, de Percival Lafer), um dos maiores autores de sua geração, que dividirá as páginas do compêndio com outros grandes nomes da literatura atual”, enaltece Felipe.
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Ademais, Bernardo detalha quais criativos complementam a lista: “Marcelo Moutinho, vencedor do Prêmio Jabuti de Contos; Juliana Leite, vencedora do Prêmio Sesc de Romance e do prêmio APCA; Rafael Gallo, vencedor do Prêmio Saramago; Sergio Tavares, vencedor do Prêmio Sesc de contos; Paula Fábrio, vencedora do Prêmio São Paulo de Literatura; Carlos Eduardo Pereira, finalista do Prêmio São Paulo de Literatura; e Antônio Xerxenesky, vencedor do Prêmio São Paulo", acrescenta.
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Após a definição dos integrantes, cada um foi apresentado aos itens do acervo da galeria Lipe e, após este contato, as peças foram selecionadas. Sofá e poltrona Mole e baú Sabará, todos de Sergio Rodrigues; e mesa e banco da série "Denúncia", de José Zanine Caldas, estão entre os itens de mobiliário que guiaram algumas das narrativas.
“O que fizemos foi um convite aberto à criatividade. A única limitação trazida foi a concisão, reconhecendo que os contos teriam as mídias sociais como principal janela. Autoras e autores não receberam outro estímulo que não fossem fotos. Pesquisa e aprofundamento correram como processos individuais de investigação e exploração”, afirma Felipe.
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Em relação aos próximos passos do projeto, o intuito é que ele se desenvolva de modo alinhado à trajetória da galeria. “Tão importante quanto novas edições é a intenção de expansão para outros suportes narrativos, como vídeo”, finaliza Bernardo.
