![Claudia Liz no Casa Vogue Experience 2023 — Foto: Wesley Diego Emes](https://cdn.statically.io/img/s2-casavogue.glbimg.com/zLTDltOPT89gZBWil1S9xNlAHS0=/0x0:2400x3000/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_d72fd4bf0af74c0c89d27a5a226dbbf8/internal_photos/bs/2023/x/3/HZ83LATCSySAbgfHUfeA/cve-2023-claudia-liz.jpg)
Claudia Liz abriu a programação deste sábado (25) do Casa Vogue Experience 2023 compartilhando sua experiência como ilustradora. No workshop "Sonhos ilustrados: palavras e desenhos dão forma e força a desejos para o presente e para o futuro", a artista ensinou como passar as inspirações e sentimentos para o papel, e relembrou momentos de sua carreira, como os tempos de modelo internacional.
Com duas folhas e lápis à mesa, quem participou foi instigado a escrever em poucas palavras o que gostaria de levar para o futuro - e em seguida transformar o desejo em desenho. Claudia recomenda que os iniciantes escolham uma cartela de três a quatro cores - entre elas "uma fria e uma quente" -, colocando o desejo principal no centro e outras coisas que se quer em volta - como amigos, animais ou café, por exemplo.
"O meu trabalho tem muita cor. Eu me expresso com cor, às vezes as minhas cores podem ser neutras, mas sempre tem um ponto de luz. Gosto de causar um estranhamento. Gosto disso também na beleza, na arte", afirma, revelando que a veia criativa vem de cedo. "Minha mãe me colocou num curso de xilogravura, eu me cortava inteira com aquilo. Quando viajava, eu trabalhava muito, não saía com as meninas (outras modelos). Eu desenhava a agenda, coloria, fazia colagem", recorda.
Entre os elementos no ambiente que a ajudam a compor o clima para ilustrar estão música, aromas, frutas e água. "Não se preocupe com a proporção de corpo. Ao fazer a composição, vá sentindo onde ir. O medo a gente tem que superar o tempo inteiro, e ousar. Às vezes ele paralisa muito. Eu acredito que o que a gente pensa, concretiza. Todo desafio, quando a gente vence, dá uma epifania. A gente cresce, se sente melhor", aconselha.
Ilustradora de política no jornal Folha de S.Paulo há 10 anos, ela conta como é seu processo de criação. "Eu tento ver imagens naqueles textos. Parece fácil, mas não é. Eu faço em no máximo 2 horas. Mas saio vitoriosa. Uma coisa que aprendi é aceitar o nosso limite e ficar feliz com o que a gente fez".
"Não me achava bonita"
Durante o workshop, Claudia Liz relembrou os tempos de modelo, entre o fim da década de 1980 e a primeira metade da década de 1990. "Eu sou de Goiás, lá eu era o oposto do biotipo. Então eu não achava que eu era bonita, eu não achava que eu era nada. Quando cheguei em São Paulo e encontrei todas aquelas modelos, não sabia o que ia fazer", confessa.
Ela diz como encontrou seu diferencial. "Eu comecei a me expressar nas fotos, ao invés de ficar parada. Como eu não me achava bonita como as outras, comecei a desenvolver um estilo, e isso marcou minha carreira na moda. A minha atitude, a minha postura, o jeito que eu me vesti, isso trilhou um estilo próprio".