Casa Vogue Experience

Por Nádia Simonelli


Fernando Forte e Manoel Sodré Veiga falaram sobre saúde e sustentabilidade na arquitetura durante o Casa Vogue Experience 2023 — Foto: Wesley Diego Emes
Fernando Forte e Manoel Sodré Veiga falaram sobre saúde e sustentabilidade na arquitetura durante o Casa Vogue Experience 2023 — Foto: Wesley Diego Emes

Um assunto atualíssimo e de extrema importância norteou o bate-papo com os arquitetos Fernando Forte, do escritório FGMF, e Manoel Sodré Veiga no Casa Vogue Experience 2023. Eles falaram sobre sustentabilidade na arquitetura.

“A sustentabilidade é muito ampla, envolve desde o projeto até como é conduzida a obra”, inicia Fernando. O arquiteto explica que diferentes abordagens podem fazer uma grande diferença e que nem todos os projetos precisam ser totalmente sustentáveis. “O problema é não pensar a respeito durante o processo”.

Manoel conta que começou a se envolver com questões de sustentabilidade em sua profissão por causa da dificuldade que tinha para dormir. “Resolvi estudar o assunto e descobri o HBC (Healthy Building Certificate ) e descobri a importância do ciclo circadiano, que regula todos os nossos processos biológicos e equilibra a saúde”, explica.

A partir daí, o profissional começou a relacionar em sua pesquisa saudabilidade e sustentabilidade e concluiu que essas duas questões têm tudo a ver com arquitetura. “Quando você pensa em sustentabilidade você está pensando no meio ambiente, mas a saúde da pessoa também é um recurso que merece ser olhado com muito cuidado. Um dos parâmetros da sustentabilidade é a saúde das pessoas e o conforto ambiental”, reflete.

Sobre a aplicação das soluções de construção mais sustentáveis na prática, Fernando explica que tudo o que é industrializado é mais sustentável. “Porque nesse processo você tem controle de resíduos, menos desperdício, tudo é mais rápido e menos doloroso para a cidade”. No entanto, pelo abismo social que existe no Brasil, infelizmente é muito difícil implantar esses sistemas de um modo mais amplo. “Na prática, fica muito mais barato fazer de concreto, levantar parede”.

Apesar disso, Fernando esclarece que acha que o mais importante é o prédio ser pensado com estratégias passivas de controle térmico, insolação adequada, contato com vegetação, brises e venezianas. “O modernismo brasileiro usou muito esses recursos e provou que eles funcionam bem”.

Na opinião de Fernando, o equívoco está em repetir modelos europeus no Brasil. “Não há necessidade de se fazer tantos prédios fechados, só com ar-condicionado. Não cabe para um país tropical. Se for um desejo do cliente e se tem dinheiro, ótimo, mas vivemos num pais privilegiado em termos térmicos, então por que fazer uma estufa?”, provoca. Segundo Manoel, o papel do arquiteto é superimportante nessa tomada de decisões. “A definição de pequenos detalhes vai tornar o ambiente muito mais saudável”, diz. Mesmo assim, Fernando acredita que a situação em relação às construções já está mais evoluída. “A pandemia acelerou uma mudança que estava acontecendo”.

A integração social também é outro fator importante quando o assunto é sustentabilidade e saúde. “Ter uma área de convivência estimula o funcionário a sair do ambiente fechado e ver a luz do sol. Ele vai saber se é dia ou se é noite”, esclarece Manoel, que enfatiza a obviedade das regras de bem-estar. “Há muitas coisas simples de fazer que não mudam o custo, é só ter inteligência e cuidado com as pessoas”.

Sobre o futuro, ambos concordam que teremos tempos promissores na questão de sustentabilidade e saúde das construções. “Os desafios são complexos. O planeta vai aquecer ainda mais e teremos que ter um olhar cuidadoso quanto a isso. Precisaremos ter cada vez mais profissionais que consigam enfrentar o desafio de projetar sem ter preguiça e receio de inventar uma coisa nova”, diz Manoel. Já Fernando conclui que as coisas estão melhores. “O desconhecimento da arquitetura era muito pior antes. Hoje existe um interesse maior no assunto”, conclui.

Casa Vogue Experience 2023
Quando: de 21 a 26 de novembro
Onde: Avenida Rebouças, 3084, Pinheiros, São Paulo/SP
Quanto: R$ 100 reais por dia ou R$ 400 o passaporte para todos os dias de evento.
Confira a programação completa aqui.

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