Indústria automotiva

O governo dos Estados Unidos anunciou um reajuste de imposto para produtos eletrônicos feitos na China, o que inclui não apenas semicondutores, baterias, componentes e células solares como também os carros elétricos. Para os veículos chineses, a taxa vai subir dos atuais 25% para 100% nos próximos 90 dias.

Fontes ligadas ao governo americano ouvidas pelo jornal britânico The Guardian afirmam que o aumento era analisado há quatro anos, com o objetivo de impedir o avanço de produtos mais baratos produzidos na China e incentivar o mercado interno.

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A medida não afeta apenas as marcas que vendem carros chineses nos Estados Unidos (como Volvo e Buick, controladas por grupos da China), mas também empresas americanas que importam baterias de lítio (aumento de 7,5% para 25%), minerais (de zero para 25%), placas fotovoltaicas (de 25% para 50%) e semicondutores (de 25% para 50%).

Por fim, matérias-primas utilizadas na produção de automóveis, como aço e alumínio, além de equipamentos de proteção, serão mais taxados (7,5% para 25%).

Diversos componentes eletrônicos utilizados em carros produzidos nos Estados Unidos são feitos na China, o que também pode representar um reajuste nos preços dos veículos produzidos no país nos próximos meses.

O aumento na tarifa de importação foi retaliado pelo governo chinês — Foto: Divulgação
O aumento na tarifa de importação foi retaliado pelo governo chinês — Foto: Divulgação

O aumento na tarifa de importação foi retaliado pelo governo chinês, que acusou os Estados Unidos de “protecionismo comercial injusto” em comunicado oficial divulgado nesta quarta-feira (15). “Ironicamente, os Estados Unidos são um país de economia aberta e livre, mas as ações recentes vão contra essas palavras”, diz a nota.

Apesar dos riscos de retaliação, o presidente Joe Biden afirma que o aumento é proporcional à capacidade produtiva da China no setor de eletrônicos. Com um mercado automotivo interno cada vez maior, emplacando em torno de 30 milhões de veículos por ano, fabricantes chinesas miram outros países, como os Estados Unidos, México e até o Brasil.

O aumento da tarifa é apoiado pela Aliança das Fabricantes Americanas (órgão semelhante à Associação Nacional das Fabricantes de Veículos, a Anfavea). Para as marcas de carros ocidentais, a expansão chinesa nos Estados Unidos seria, em suas palavras, “um evento de extinção” para as fabricantes locais.

No Brasil, acontece algo parecido. Houve aumento de 10% do imposto de importação para veículos elétricos no início do ano — e vai para 18% no segundo semestre. Porém, isso não é exclusivo para modelos vindos das China, mas sim de qualquer outro país de origem.

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