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    Lava Jato

    Lula � condenado a 9 anos e 6 meses de pris�o por tr�plex em Guaruj�

    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE CURITIBA
    FELIPE B�CHTOLD
    DE S�O PAULO

    12/07/2017 14h04 - Atualizado �s 15h29
    Erramos: esse conte�do foi alterado

    Pedro Ladeira - 5.jul.2017/Folhapress
    BRAS�LIA, DF, BRASIL, 5..2017, 19h00: PT-DIRE��O - O ex-presidente Lula no evento - Cerim�nia de posse da senadora Gleisi Hoffmann (PR) como presidente nacional do PT (Partido dos Trabalhadores), em Bras�lia (DF). Presen�a da ex-presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)
    O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva durante em cerim�nia em Bras�lia

    O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, 71, foi condenado, nesta quarta (12), a 9 anos e 6 meses de pris�o pelos crimes de corrup��o e lavagem de dinheiro no caso do tr�plex de Guaruj� (SP).

    A senten�a do juiz Sergio Moro � a primeira contra o petista no �mbito da Lava Jato. Leia a decis�o completa.

    O petista n�o ser� preso –pelo entendimento do Supremo, s� come�ar� a cumprir a pena se a segunda inst�ncia ratificar a decis�o. Ele poder� recorrer em liberdade ao Tribunal Regional Federal da 4� Regi�o, com sede em Porto Alegre. Se a confirma��o da senten�a na segunda inst�ncia n�o acontecer antes da elei��o de outubro de 2018, ele n�o ser� enquadrado na Lei da Ficha Limpa e poder� ser candidato.

    O tribunal leva, em m�dia, cerca de um ano e meio para analisar as senten�as de Moro.

    Na a��o, Lula � acusado de receber R$ 3,7 milh�es de propina da empreiteira OAS em decorr�ncia de contratos da empresa com a Petrobras. O valor, apontou a acusa��o, se referia � cess�o pela OAS do apartamento tr�plex ao ex-presidente, a reformas feitas pela construtora nesse im�vel e ao transporte e armazenamento de seu acervo presidencial.

    A CONDENA��O DE LULA Entenda a acusa��o que envolve o apartamento em Guaruj� e o alcance da decis�o de Moro

    Moro, por�m, absolveu o ex-presidente na acusa��o sobre o acervo presidencial.

    Na senten�a, o juiz afirmou que a pris�o imediata de um ex-presidente "n�o deixa de envolver certos traumas" e que a "prud�ncia" recomenda que se aguarde o julgamento em segunda inst�ncia.

    Ele disse ainda no despacho que "at� caberia cogitar" o decreto de pris�o diante do comportamento de Lula, com medidas de intimida��o ao juiz e outras autoridades, e de epis�dios de orienta��o de destrui��o de provas.

    Moro tamb�m condenou Lula ao pagamento de multa equivalente a R$ 670 mil e proibiu Lula de ocupar cargo ou fun��o p�blica pelo dobro do tempo da condena��o –o que tamb�m s� valer� com a confirma��o da senten�a. Uma determina��o de sequestro do apartamento, por�m, tem efeito imediato.

    O ex-presidente, que sempre negou as acusa��es, ainda responde a outras quatro a��es na Lava Jato, uma delas conduzida por Moro e outras tr�s na Justi�a Federal de Bras�lia. O petista ainda n�o foi sentenciado em nenhuma delas.

    Em seu depoimento a Moro, Lula disse que n�o sabia que Marisa visitou o tr�plex (v�deo abaixo):

    V�deo 03

    Na �ltima pesquisa Datafolha, em junho, Lula, que vem afirmando que ser� candidato em 2018, aparece em primeiro lugar nas inten��es de voto.

    PAPEL RELEVANTE

    Para Moro, Lula tinha "um papel relevante no esquema criminoso" da Petrobras, j� que cabia a ele indicar os nomes dos diretores da estatal, e os �libis invocados por sua defesa, que argumenta que o apartamento jamais esteve no nome do petista, s�o "falsos".

    O magistrado diz que h� provas documentais e testemunhais "conclusivas" a respeito da propriedade, que confirmam que o tr�plex "foi atribu�do ao ex-presidente e sua esposa desde o in�cio".

    "Luiz In�cio Lula da Silva foi beneficiado materialmente por d�bitos da conta geral de propinas, com a atribui��o a ele e a sua esposa, sem o pagamento do pre�o correspondente, de um apartamento tr�plex, e com a realiza��o de custosas reformas no apartamento, �s expensas do grupo OAS", escreveu o magistrado.

    Entre as provas listadas por Moro, est�o anota��es e rasuras em documentos apreendidos na casa de Lula, que fazem men��o ao tr�plex; documentos da OAS que indicam que o im�vel estava "reservado"; as extensivas reformas do apartamento; e a omiss�o do casal em declarar se desistiam ou compravam o apartamento depois que a OAS assumiu a constru��o, em 2009.

    "Nunca houve preocupa��o de Luiz In�cio Lula da Silva ou Marisa Let�cia Lula da Silva em seguir as regras impostas aos demais cooperados, [...] pois a situa��o deles j� estava, de fato, consolidada", afirmou Moro.

    N�o se trata de ind�cios, segundo o juiz, mas de provas documentais que s�o "absolutamente inconsistentes" com as afirma��es de Lula e sua defesa, que dizem que o ex-presidente jamais foi dono do apartamento.

    Sobre a origem il�cita do dinheiro, o magistrado cita depoimento do empreiteiro Leo Pinheiro, s�cio da OAS, que diz que descontava os valores investidos no tr�plex da conta corrente de propinas do PT junto � empresa.

    Segundo o juiz, foi "um crime de corrup��o complexo e que envolveu a pr�tica de diversos atos em momentos temporais distintos".

    ACERVO

    No caso do acervo presidencial, por�m, Moro descartou a ocorr�ncia de crime de corrup��o.

    Segundo o juiz, � "ineg�vel" que houve irregularidades -j� que o transporte e armazenamento do acervo foram pagos pela OAS, numa doa��o n�o formalizada ao Instituto Lula.

    "De todo modo, n�o h� provas suficientes de que essas irregularidades tenham sido praticadas com inten��o criminosa ou que fizeram parte de um acerto de corrup��o", disse Moro.

    O magistrado se fundamentou no depoimento de Leo Pinheiro, que negou que o acervo tenha sido envolvido em acerto de corrup��o.

    OUTROS R�US

    Ainda foram condenados, al�m de Lula, os executivos da OAS Leo Pinheiro e Agenor Franklin Medeiros, pelos crimes de corrup��o e lavagem de dinheiro.

    Foram absolvidos, por outro lado, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, que providenciou o transporte do acervo presidencial; e os funcion�rios da OAS Paulo Gordilho, F�bio Yonamine e Roberto Ferreira.

    Segundo Moro, houve "falta de prova de dolo", no caso dos executivos; e "falta de materialidade", no caso de Okamotto.

    Em nota, o advogado de Paulo Okamotto, Fernando Fernandes, afirmou que a absolvi��o de seu cliente demonstra que a Lava Jato "est� preenchida por ilegalidades e acusa��es que n�o constituem crime".

    J� as defensoras de Yonamine, Sylvia Urquiza e Carolina Fonti, afirmaram que tiveram "as esperan�as renovadas na Justi�a" e que a den�ncia do Minist�rio P�blico Federal "n�o tinha fundamento concreto".

    A ex-primeira-dama Marisa Let�cia, morta em fevereiro, tamb�m era r� no processo, mas teve a punibilidade extinta em mar�o por Moro.

    Entenda o caso

    OUTRO LADO

    Os advogados de Lula reiteraram que Lula � inocente. "N�s provaremos a inoc�ncia de Lula em todas as cortes n�o tendenciosas, incluindo as Na��es Unidas", disseram Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins, em nota. Leia a �ntegra do comunicado:

    *

    O presidente Lula � inocente. Por mais de tr�s anos, Lula tem sido objeto de uma investiga��o politicamente motivada. Nenhuma evid�ncia cr�vel de culpa foi produzida, enquanto provas esmagadoras de sua inoc�ncia s�o descaradamente ignoradas. Este julgamento politicamente motivado ataca o Estado de Direito do Brasil, a democracia e os direitos humanos b�sicos de Lula. � uma grande preocupa��o para o povo brasileiro e para a comunidade internacional.

    O juiz Moro deixou seu vi�s e sua motiva��o pol�tica claros desde o in�cio at� o fim deste processo. Seu julgamento envergonhou o Brasil ao ignorar evid�ncias esmagadoras de inoc�ncia e sucumbir a um vi�s pol�tico, ao mesmo tempo em que dirige viola��es cont�nuas dos direitos humanos b�sicos e do processo legal. O julgamento prova o que argumentamos o tempo todo - que o juiz Moro e a equipe do Minist�rio P�blico na Lava Jato foram conduzidos pela pol�tica e n�o pela lei.

    O presidente Lula tem sido v�tima do lawfare, o uso da lei para fins pol�ticos, famoso m�todo foi usado com efeitos brutais em diversas ditaduras ao longo da hist�ria. Este julgamento politicamente e tendencioso mostra bem como os recursos judiciais do presidente Lula foram esgotados internamente e por que foi necess�rio encaminhar este caso para o Comit� de Direitos Humanos das Na��es Unidas em Genebra.

    Ningu�m est� acima da lei, mas ningu�m est� abaixo da lei. O presidente Lula sempre cooperou plenamente com a investiga��o, deixando claro para o juiz Moro que o local para resolver disputas pol�ticas s�o as urnas, n�o as cortes de justi�a. A investiga��o teve um impacto enorme na fam�lia de Lula, sem deixar de mencionar sua esposa Marisa Let�cia, que morreu tragicamente este ano.

    O processo foi um enorme desperd�cio do dinheiro dos contribuintes e envergonhou o Brasil internacionalmente. � tempo agora para reconstruir a confian�a nas leis brasileiras e o juiz Moro deveria se afastar de todas suas fun��es.

    N�s provaremos a inoc�ncia de Lula em todas as cortes n�o tendenciosas, incluindo as Na��es Unidas.

    Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins, advogados do ex-presidente Lula.

    *

    Segundo a defesa, a OAS n�o tinha como ceder a propriedade ou prometer a posse do im�vel ao ex-presidente.

    Em depoimento a Moro, Lula declarou que n�o � dono do apartamento no Guaruj�, que desistiu da compra do im�vel e que, por isso, n�o h� como acus�-lo de ter recebido vantagens.

    Para a defesa, a acusa��o se baseia em um "castelo te�rico", e a an�lise "racional, objetiva e imparcial das provas" leva exclusivamente � absolvi��o do ex-presidente.

    A defesa do ex-presidente da OAS, Leo Pinheiro, informou que a senten�a, mesmo condenat�ria, "reconheceu a efetividade da colabora��o" do empres�rio, que apresentou "provas decisivas para o esclarecimento da verdade".

    Os defensores de Agenor Franklin Medeiros, tamb�m da OAS, seguiram a mesma linha e disseram que o executivo, condenado por corrup��o, "colaborou com as autoridades para que a verdade dos fatos viesse � tona", segundo os advogados Leandro Falavigna e Lu�s Carlos Dias Torres.

    POWERPOINT E BATE-BOCA

    A condena��o � o desfecho de um processo marcado por embates entre a defesa, o juiz e os procuradores da Opera��o Lava Jato. O �pice da tens�o ocorreu no dia 10 de maio, quando Lula dep�s por cinco horas, sob forte esquema de seguran�a, e chegou a trocar alfinetadas com o juiz na audi�ncia.

    A defesa fez cr�ticas quase di�rias ao juiz e tentou tirar o processo de sua responsabilidade, argumentando que a corrup��o na Petrobras j� � alvo de outro inqu�rito no Supremo Tribunal Federal.

    Antes mesmo do in�cio do processo, o caso j� despertou grande pol�mica. Primeiro, em mar�o de 2016, ainda em fase de inqu�rito, Lula foi levado para depor de maneira coercitiva por ordem de Moro, medida questionada no meio jur�dico.

    Meses depois, em setembro, uma entrevista coletiva dos procuradores para a apresenta��o da den�ncia gerou controv�rsia por causa da apresenta��o de um slide em PowerPoint em que o nome de Lula era mostrado como o centro do esquema de corrup��o na Petrobras.

    A trajet�ria de Lula

    1945
    Garanhuns
    Nasce em Garanhuns (PE). Em 1952, muda-se com a fam�lia para o Guaruj� (SP) e, tr�s anos depois, para S�o Paulo

    Trajet�ria - Lula - Crono - Para cronologia do Lula - Garanhuns - S�o Paulo - Guaruj�

    1975
    Sindicato
    � eleito presidente do Sindicato dos Metal�rgicos do ABC. Reeleito em 1978, organiza as primeiras greves do ABC durante a ditadura militar (1964-1985)

    Folha Imagem - 13.mai.1979
    O l�der sindical e ex-presidente Lula, em foto de 1979, durante discurso para metal�rgicos
    O l�der sindical e ex-presidente Lula, em foto de 1979, durante discurso para metal�rgicos

    1980
    PT
    PT � fundado em S�o Paulo; Lula � escolhido presidente do partido com 70% dos votos

    1982
    Elei��o SP
    Na primeira elei��o do PT, Lula concorre ao governo de S�o Paulo e fica em quarto lugar

    1986
    Deputado
    PT elege 16 deputados federais, entre eles Lula (o mais votado do pa�s, com mais de 600 mil votos)

    1988
    Constitui��o
    PT, do qual Lula era l�der, se recusa a aprovar a Constitui��o de 88. Anos mais tarde, ex-presidente diz apoiar o texto

    1989
    Collor
    Lula concorre � Presid�ncia pela primeira vez e � derrotado por Fernando Collor (PRN)

    J�lio C�sar Guimar�es/Ag�ncia O Globo
    ORG XMIT: 091001_0.tif RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL, 10-11-1989: Elei��o Presidencial no Brasil, 1989: o deputado federal e candidato � presid�ncia pelo PT, Luiz In�cio Lula da Silva (� esq.), ao lado da mulher Marisa Let�cia e do cantor Chico Buarque, no com�dio da Candel�ria. (Foto: J�lio C�sar Guimar�es/Ag�ncia O Globo) *** PROIBIDA A PUBLICA��O SEM AUTORIZA��O EXPRESSA DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS ***
    Lula ao lado de Marisa e Chico Buarque em com�cio

    1992
    Impeachment
    Como presidente do PT, � um dos articuladores da abertura do processo de impeachment de Collor

    1994
    FHC 1 x 0
    Perde elei��o � Presid�ncia para Fernando Henrique Cardoso (PSDB) no primeiro turno

    1997
    CPEM
    O advogado Roberto Teixeira, que cedeu a Lula um im�vel onde ele morou de gra�a de 1989 a 1997, � acusado de ajudar empresa a obter contratos com prefeituras petistas

    1998
    FHC 2 x 0
    Lula disputa mais uma vez com FHC e perde no primeiro turno

    2002
    Presidente
    � eleito presidente vencendo Jos� Serra (PSDB). Com a "Carta ao Povo Brasileiro", o PT firma compromisso com uma pol�tica econ�mica ortodoxa

    Moacyr Lopes J�nior - 1�.jan.2003/Folhapress
    ORG XMIT: 582601_1.tif Posse de Luiz In�cio Lula da Silva: o presidente Luiz In�cio Lula da Silva ao lado de seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, ap�s receber a faixa presidencial no parlat�rio do Pal�cio do Planalto. (Bras�lia, DF, 01.01.2003. Foto de Moacyr Lopes J�nior/Folhapress)
    Lula ao lado de FHC, ap�s receber a faixa presidencial durante a cerim�nia de posse

    2005
    Mensal�o
    Em entrevista � Folha, deputado Roberto Jefferson (PTB) acusa petistas de comprar apoio no Congresso. O esc�ndalo do mensal�o faz Jos� Dirceu e outros dirigentes do partido sairem do governo

    2006
    Reelei��o
    Lula � reeleito com 60,8% dos votos

    Jorge Ara�jo - 1�.jan.2010/Folhapress
    ORG XMIT: AGEN1101011802543095 BRAS�LIA, DF. 01.01.2010. POSSE/DILMA ROUSSEFF - A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, recebe a faixa presidencial de Luiz In�cio Lula da Silva durante sua posse no Pal�cio do Planalto. (Foto: Jorge Ara�jo/Folhapress) ORG XMIT: AGEN1101120320434518
    Dilma recebe a faixa presidencial de Lula durante sua posse no Pal�cio do Planalto

    2014
    Lava Jato
    Pol�cia Federal deflagra a Opera��o Lava Jato, que descobre um esquema bilion�rio de desvios na Petrobras

    2015
    Pixuleco
    Torna-se alvo dos protestos contra o governo e inspira a cria��o de um boneco gigante, o Pixuleko

    Pedro Ladeira - 27.out.2015/Folhapress
    O boneco conhecido como Pixuleco numa das manifesta��es pelo impeachment da presidente Dilma
    O boneco conhecido como Pixuleco numa das manifesta��es pelo impeachment da presidente Dilma

    2016
    Alvo da PF
    Torna-se alvo da Lava Jato por suspeitas envolvendo um tr�plex em Guaruj� e um s�tio em Atibaia. Tamb�m � investigado na Opera��o Zelotes

    2016
    Ministro
    Em mar�o, a ent�o presidente Dilma Rousseff nomeou Lula como ministro da Casa Civil. O PSDB e o PPS moveram um mandado de seguran�a para suspender a nomea��o por "desvio de finalidade", alegando que Lula, investigado na Lava Jato, tinha como objetivo sair da jurisdi��o de Sergio Moro. O ministro do STF Gilmar Mendes acatou o pedido e Lula perdeu o cargo

    2016
    Impeachment
    Apesar das tentativas de articula��o de Lula para salvar o mandato de Dilma Rousseff, ela foi afastada temporariamente pelo Senado no dia 12 de maio de 2016. Em 31 de agosto, Dilma perdeu o cargo definitivamente, em vota��o na mesma Casa, por 61 votos a 20

    2017
    Morte de Marisa
    Marisa Let�cia Lula da Silva, mulher do ex-presidente, morreu no dia 3 de fevereiro, aos 66 anos, v�tima de um AVC

    Marlene Bergamo - 3.fev.2017/Folhapress
    Velorio de dona Marisa Leticia, esposa do Presidente Lula, no sindicato dos Metalurgicos do ABC
    Velorio de dona Marisa Leticia, esposa do Presidente Lula, no sindicato dos Metalurgicos do ABC

    2017
    Depoimento a Moro
    Lula dep�s ao juiz Sergio Moro, em Curitiba, no dia 10 de maio, e voltou a negar envolvimento em atos il�citos

    Reprodu��o - 10.mai.2017/V�deo
    Quem � Quem - Lula - Moro - Depoimento - Curitiba - Lava Jato - Tr�plex
    Depoimento de Lula ao juiz federal S�rgio Moro

    *

    OS ARGUMENTOS DE MORO E OS DA DEFESA
    Os motivos para a condena��o de Lula citados pelo juiz e o que disseram os advogados

    DOCUMENTO RASURADO
    Conclus�o da Justi�a:
    Foi achada em buscas uma "proposta de ades�o" que mostra Lula e Marisa como benefici�rios de um tr�plex no pr�dio no Guaruj�. O n�mero do apartamento estava rasurado

    O que disse Moro:
    "Desde o in�cio o direito adquirido estava vinculado a uma unidade imobili�ria espec�fica."

    A defesa:
    Lula disse em depoimento desconhecer esse documento. A defesa diz que ele n�o � o dono do tr�plex

    PER�CIA EM COMPUTADORES DA OAS
    Conclus�o da Justi�a:
    Um laudo da PF mostra que, no sistema de inform�tica da empreiteira, o apartamento em quest�o aparecia como "vaga reservada"

    O que disse Moro:
    "[Era] a �nica unidade a encontrar tal anota��o."

    A defesa:
    A defesa diz que Marisa Let�cia havia adquirido cotas de uma unidade no condom�nio em Guaruj� a partir de 2005, e que desistiu da compra do im�vel posteriormente

    MENSAGENS DE CELULAR
    Conclus�o da Justi�a:
    Os telefones dos ex-executivos da OAS mostravam mensagens que falavam em 'projeto do Guaruj�' ou 'da praia' e citavam "madame", em refer�ncia a Marisa Let�cia

    O que disse Moro:
    "Conclui-se que a OAS esteve envolvida na reforma do referido s�tio em Atibaia e ainda na reforma do apartamento."

    A defesa:
    Lula disse em depoimento desconhecer qualquer atua��o da OAS a seu favor e que n�o tratou da reforma com Pinheiro

    REFORMA PERSONALIZADA
    Conclus�o da Justi�a:
    A OAS n�o reformou outros apartamentos no condom�nio em Guaruj� nem tem por praxe faz�-lo em seus empreendimentos imobili�rios

    O que disse Moro:
    "Se o presidente havia desistido da aquisi��o do apartamento, por que a OAS teria insistido em mobili�-lo?"

    A defesa:
    Diz que Lula n�o pediu as benfeitorias. O ex-presidente falou que desconhecia o assunto em audi�ncia

    CONTRADI��ES DE LULA
    Conclus�o da Justi�a:
    Lula se contradisse em depoimentos ao explicar as circunst�ncias da desist�ncia do im�vel e da reforma do apartamento

    O que disse Moro:
    "O depoimento em ju�zo e o prestado perante a autoridade policial s�o absolutamente inconsistentes com os fatos."

    A defesa:
    A defesa diz que as conclus�es de Moro s�o apenas especula��es e que n�o h� provas de crime

    OMISS�O COM ESQUEMA
    Conclus�o da Justi�a:
    O esquema na Petrobras est� comprovado. Lula n�o reagiu �s descobertas do esc�ndalo do mensal�o nem repreendeu seus subordinados, o que demonstra coniv�ncia

    O que disse Moro:
    "N�o se verificou nada al�m de afirma��es gen�ricas de que os culpados deveriam ser punidos"

    A defesa:
    Lula afirmou que n�o tratava do dia a dia na Petrobras e que n�o costumava se reunir com diretores da estatal. Afirma que nem Moro nem a imprensa sabiam do esquema

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