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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Fiesp vê Josué conflitado, mas não encontra substituto

Alas da Federação das Indústrias de São Paulo concordam que presidente vacila na defesa do setor devido a proximidade com Lula

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Brasília

A ala ligada a Paulo Skaf, ex-Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), busca a adesão de grandes empresários com voz ativa na direção da entidade para pressionar o atual presidente, Josué Gomes, a marcar eleições para troca de comando.

No centro dessa nova onda está o descontentamento geral dos industriários com Josué, que, segundo eles, está "conflitado".

O presidente Lula e o presidente da Fiesp, Josué Gomes, em evento promovido pela entidade em São Paulo
O presidente Lula e o presidente da Fiesp, Josué Gomes, em evento promovido pela entidade em São Paulo - Nelson Almeida - 09.ago.22/AFP

Essas lideranças do setor afirmam que o presidente da Fiesp demorou a tomar uma decisão firme em defesa da indústria no momento em que o governo vetou a desoneração e também quando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, propôs o cancelamento do uso de créditos de ICMS no abatimento do Imposto de Renda das empresas para recompor o caixa do Tesouro diante da manutenção da desoneração da folha pelo Congresso.

Houve a manifestação da Fiesp sobre ambos os temas. No entanto, ainda segundo os relatos, elas não saíram sem ter havido desgaste nas discussões.

A avaliação é de que a proximidade de Josué com Lula o impede de ser mais duro nas críticas ao governo na defesa do setor.

Josué é filho de José Alencar, ex-vice de Lula, e o presidente chegou a ser cogitado para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Além disso, também há consonância entre as alas da Fiesp sobre as dificuldades de Josué diante dos problemas financeiros enfrentados pela Coteminas, grupo fundado por seu pai que pediu recuperação judicial. O empresário teria pouco tempo para cuidar os interesses tão diversos do setor.

Diante desse cenário, Skaf vem atuando nos bastidores. Realizou várias reuniões com representantes dos sindicatos que, na Fiesp, compõem sua base de apoio. O ex-dirigente não esconde sua intenção de voltar ao comando.

Apesar do descontentamento, os grandes empresários com assento na diretoria da Fiesp não querem que ela passe para o domínio de Skaf novamente.

No momento, eles buscam um nome de consenso. Sem alguém com musculatura suficiente para encampar a missão, seguem apoiando Josué e afirmam que não haverá golpe.

Procurado, Josué Gomes não respondeu até a publicação desta nota.

Com Diego Felix

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