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Enfermeira britânica novamente condenada por tentar matar recém-nascida

Enfermeira britânica novamente condenada por tentar matar recém-nascida
Andreia Antunes 02 de julho
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Lucy Letby está a cumprir uma pena de prisão perpétua pela morte tentada de seis bebés e pelo homicídio de sete. Caso chocou o Reino Unido.

A antiga enfermeira britânica Lucy Letby, já condenada por ter matado sete bebés e tentar matar outros seis, foi culpada esta terça-feira pela tentativa de homicídio de outra bebé recém-nascida. Com as condenações de 2023, é a assassina em série de crianças mais prolífica do Reino Unido dos tempos modernos.

Cheshire Constabulary/Handout via REUTERS
Em agosto de 2023, Lucy Letby, de 34 anos, foi considerada culpada de vários crimes cometidos entre junho de 2015 e junho de 2016, enquanto trabalhava como enfermeira na unidade neonatal do hospital Countess of Chester em Chester, no norte de Inglaterra.

A enfermeira foi condenada a prisão perpétua mas negou ter matado qualquer bebé de que tenha cuidado.

Os bebés morreram depois de injeções de insulina ou de ar, ou de alimentação à força.

A condenação desta terça-feira tem que ver com a Bebé K (nome fictício), que nasceu 15 semanas antes do tempo esperado e pesava apenas 692 gramas. Lucy Letby foi condenada por adulterar o tubo de respiração, provocando uma deterioração "potencialmente fatal". Este novo julgamento deu-se porque o júri do primeiro não conseguiu chegar a um veredicto.

Durante o julgamento, o procurador Nick Johnson relatou que a Bebé K nasceu às 25 semanas em fevereiro de 2016, no hospital Countess of Chester. Foi ligada a um ventilador e a outras máquinas que monitorizavam o seu ritmo cardíaco e os níveis de oxigénio.

Pouco mais de uma hora após o nascimento, enquanto outros funcionários estavam ausentes, o médico Ravi Jayaram entrou na sala onde a criança estava a ser cuidada para encontrar o tubo de respiração do bebé deslocado e os alarmes, que deveriam ter soado, tinham sido desativados, afirmou Nick Johnson.

Lucy Letby estaria no local "sem fazer nada", continuou o procurador, que acrescentou que em outras duas ocasiões nessa noite, a antiga enfermeira "interferiu com o tubo de respiração para dar a impressão de que havia um problema específico com a bebé".

Foi "apanhada praticamente em flagrante" a tentar matar a Bebé K, segundo a acusação.

Nesta altura, Lucy Letby já tinha assassinado cinco bebés e tentado matar outros três. Os médicos mais experientes tinham-na associado a uma série de incidentes inexplicáveis, mas a antiga enfermeira permaneceu na unidade neonatal durante mais cinco meses, matando mais dois irmãos trigémeos ao injetar ar nos seus estômagos.

A Bebé K veio a morrer três dias depois num outro hospital para onde foi transferida depois deste acontecimento. Contudo, a morte não se deveu ao que levou à acusação de Lucy Letby.

No seu depoimento, a antiga enfermeira voltou a negar ter feito mal a qualquer bebé que estivesse ao seu cuidado, acrescentando ainda que, no caso da Bebé K, não se lembrava da noite em questão.

O caso de Lucy Letby chocou o Reino Unido e levou o governo britânico a ordenar um inquérito para averiguar por que razão as preocupações dos restantes médicos sobre o comportamento da antiga enfermeira não tinham sido tidas em conta pela direção do hospital Countess of Chester.

As autoridades britânicas estão agora a analisar os registos de cerca de 4 mil bebés tratados por Lucy Letby durante o seu tempo como enfermeira infantil no hospital feminino de Liverpool e no Countess of Chester, ambos no noroeste de Inglaterra. Também prosseguem investigações sobre a forma como a enfermeira foi autorizada a permanecer na unidade neonatal, apesar das preocupações dos seus superiores.

Em maio, foi recusada a Lucy Letby, que tem mantido sistematicamente a sua inocência, autorização para recorrer das condenações do ano passado.

Apesar da condenação, para algumas pessoas nas redes sociais, a culpa de Lucy Letby tem sido questionada e é questionado se foi vítima de um "terrível erro judicial", relata a agência noticiosa Reuters. Antes do último julgamento, a revista New Yorker publicou um artigo em que questionava as provas contra a ex-enfermeira.
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Tomar a liberdade

Comecei a bater os primeiros textos à máquina com 9 ou 10 anos. Lamentos. Pensamentos. Até argumentos. Sem falar das reportagens de jogos de futebol imaginários. Agora que penso nisso, criei um herói, que dava pelo nome de Xavier, e que era o maior jogador português de todos os tempos, depois do Eusébio.