A antiga enfermeira britânica Lucy Letby, já condenada por ter matado sete bebés e tentar matar outros seis, foi culpada esta terça-feira pela tentativa de homicídio de outra bebé recém-nascida. Com as condenações de 2023, é a assassina em série de crianças mais prolífica do Reino Unido dos tempos modernos.
Cheshire Constabulary/Handout via REUTERS
Em agosto de 2023, Lucy Letby, de 34 anos, foi considerada culpada de vários crimes cometidos entre junho de 2015 e junho de 2016, enquanto trabalhava como enfermeira na unidade neonatal do hospital Countess of Chester em Chester, no norte de Inglaterra.
A enfermeira foi condenada a prisão perpétua mas negou ter matado qualquer bebé de que tenha cuidado.
Os bebés morreram depois de injeções de insulina ou de ar, ou de alimentação à força.
A condenação desta terça-feira tem que ver com a Bebé K (nome fictício), que nasceu 15 semanas antes do tempo esperado e pesava apenas 692 gramas. Lucy Letby foi condenada por adulterar o tubo de respiração, provocando uma deterioração "potencialmente fatal". Este novo julgamento deu-se porque o júri do primeiro não conseguiu chegar a um veredicto.
Durante o julgamento, o procurador Nick Johnson relatou que a Bebé K nasceu às 25 semanas em fevereiro de 2016, no hospital Countess of Chester. Foi ligada a um ventilador e a outras máquinas que monitorizavam o seu ritmo cardíaco e os níveis de oxigénio.
Pouco mais de uma hora após o nascimento, enquanto outros funcionários estavam ausentes, o médico Ravi Jayaram entrou na sala onde a criança estava a ser cuidada para encontrar o tubo de respiração do bebé deslocado e os alarmes, que deveriam ter soado, tinham sido desativados, afirmou Nick Johnson.
Lucy Letby estaria no local "sem fazer nada", continuou o procurador, que acrescentou que em outras duas ocasiões nessa noite, a antiga enfermeira "interferiu com o tubo de respiração para dar a impressão de que havia um problema específico com a bebé".
Foi "apanhada praticamente em flagrante" a tentar matar a Bebé K, segundo a acusação.
Nesta altura, Lucy Letby já tinha assassinado cinco bebés e tentado matar outros três. Os médicos mais experientes tinham-na associado a uma série de incidentes inexplicáveis, mas a antiga enfermeira permaneceu na unidade neonatal durante mais cinco meses, matando mais dois irmãos trigémeos ao injetar ar nos seus estômagos.
A Bebé K veio a morrer três dias depois num outro hospital para onde foi transferida depois deste acontecimento. Contudo, a morte não se deveu ao que levou à acusação de Lucy Letby.
No seu depoimento, a antiga enfermeira voltou a negar ter feito mal a qualquer bebé que estivesse ao seu cuidado, acrescentando ainda que, no caso da Bebé K, não se lembrava da noite em questão.
O caso de Lucy Letby chocou o Reino Unido e levou o governo britânico a ordenar um inquérito para averiguar por que razão as preocupações dos restantes médicos sobre o comportamento da antiga enfermeira não tinham sido tidas em conta pela direção do hospital Countess of Chester.
As autoridades britânicas estão agora a analisar os registos de cerca de 4 mil bebés tratados por Lucy Letby durante o seu tempo como enfermeira infantil no hospital feminino de Liverpool e no Countess of Chester, ambos no noroeste de Inglaterra. Também prosseguem investigações sobre a forma como a enfermeira foi autorizada a permanecer na unidade neonatal, apesar das preocupações dos seus superiores.
Em maio, foi recusada a Lucy Letby, que tem mantido sistematicamente a sua inocência, autorização para recorrer das condenações do ano passado.
Apesar da condenação, para algumas pessoas nas redes sociais, a culpa de Lucy Letby tem sido questionada e é questionado se foi vítima de um "terrível erro judicial", relata a agência noticiosa Reuters. Antes do último julgamento, a revista New Yorker publicou um artigo em que questionava as provas contra a ex-enfermeira.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Comecei a bater os primeiros textos à máquina com 9 ou 10 anos. Lamentos. Pensamentos. Até argumentos. Sem falar das reportagens de jogos de futebol imaginários. Agora que penso nisso, criei um herói, que dava pelo nome de Xavier, e que era o maior jogador português de todos os tempos, depois do Eusébio.
Durante hora e meia, ouvi advogados relatar episódios da mais brutal violência policial e civil contra jornalistas que ousam ser isentos. Contaram cenas recorrentes de agressões físicas em público e em privado, que chegam a ameaçar a vida dos repórteres.
O sector mais politizado da nossa comunicação social, o grupo Observador, era o principal alimentador do “indignómetro” e hoje, como o Governo é dos “seus”, não se levanta em armas para inflamar de manhã à noite as hostes.