Filha da escritora Alice Munro denuncia abusos do padrasto - e Margaret Atwood reage
Andrea Robin Skinner revela tudo num ensaio publicado a 7 de julho. Conta que a mãe sabia e mesmo assim escolheu ficar com o marido. Amigos próximos revelam-se chocados.
![Andrea Robin Skinner](https://cdn.maxima.pt/images/2024-07/img_1240x2000$2024_07_10_13_23_09_458165.jpg)
Foi Prémio Nobel da Literatura em 2013 e deixou-nos a 13 de maio passado, aos 93 anos. Volvidos dois meses, a filha, Andrea Robin Skinner, veio agora a público contar que foi abusada sexualmente pelo padrasto na infância e que a mãe manteve o relacionamento mesmo sabendo do caso. Andrea é a filha mais nova de três irmãs (Sheila e Jenny) que a escritora teve com James Munro, de quem manteve o apelido.
As revelações foram feitas num ensaio publicado a 7 de julho no Toronto Star. De acordo com Andrea Robin Skinner, o padrasto, o geógrafo Gerald Fremlin, começou a abusar sexualmente dela a partir de 1976, quando esta tinha 9 anos e ele 52. Skinner revelou que a primeira vez que contou à mãe sobre o abuso foi em 1992, quando tinha 20 anos, escrevendo-lhe uma carta depois de Munro ter manifestado simpatia por uma personagem de uma história que tinha sido abusada sexualmente pelo padrasto, avança o The New York Times. Munro terá deixado temporariamente Fremlin, que admitiu em cartas o abuso, mas atribuiu a culpa a Skinner. "Ela disse que tinha sido 'avisada demasiado tarde', ... que o amava demasiado e que a culpa era da nossa cultura misógina, que se eu esperava que ela negasse as suas próprias necessidades, que se sacrificasse pelos filhos e compensasse as falhas dos homens...", escreveu Skinner. "Ela estava convencida de que o que quer que tivesse acontecido era entre mim e o meu padrasto. Não tinha nada a ver com ela."
![Alice Munro](https://cdn.maxima.pt/images/2024-07/img_660x1200$2024_07_10_13_24_37_458166.jpg)
Tudo muda em 2004, quando Skinner leu um artigo em que Munro falava com entusiasmo do seu casamento. A vítima decidiu que não podia continuar a manter o abuso em segredo e apresentou queixa na polícia. O próprio Gerald Fremlin escreveu cartas à família Munro, admitindo os abusos em pormenor, virando a culpa para Skinner, descrevendo-a como uma "destruidora de lares". Acabou por ser acusado de atentado ao pudor e declarou-se culpado em 2005. Sabe-se que o geógrafo mantinha relações com outras menores. Munro ficou com o marido até à sua morte, em 2013, mesmo sabendo da verdade.
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"Eu sabia que este dia ia chegar", afirmou por sua vez Robert Thacker, biógrafo, ao The Washington Post. "Eu sabia que ia ser revelado e sabia que ia ter conversas como esta". De acordo com a Lusa, o biógrafo falou com Munro sobre o assunto quando a entrevistou em 2008, e a escritora lhe pediu na altura para desligar o gravador. Thacker acabou por não mencionar este "detalhe" na biografia de Munro. O mundo começa, agora, a reagir lentamente e com choque às declarações de Skinner.
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Mundo, Atualidade, Alice Munro, Andrea Robin Skinner, Margaret Atwood
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