Indiscutivelmente, a maior diferença entre os nossos anos de adolescência e os dos nossos filhos: as redes sociais vieram para ficar. Atualmente, já 79% das raparigas publicam selfies nestas plataformas digitais e 25% fazem-no várias vezes por semana. Como podemos então ajudar os jovens a utilizar as redes sociais de forma positiva?
As coisas hoje não são tão diferentes como possa pensar
Se o mundo das redes sociais parece assustador, poderá ajudar se pensar na sua adolescência. Lembra-se de como adorava conversar com os seus amigos no autocarro ou durante o intervalo? Ou as horas que passava ao telefone, o único da casa (provavelmente no corredor), a falar baixinho para que não ouvissem os seus segredos? E quando comprava roupas novas e passava horas a experimentá-las à frente do espelho, a praticar diferentes estilos? E o quão importante era quando as suas amigas viam a sua nova roupa e achavam-na gira?
As raparigas, independentemente da geração, adoram passar tempo com as amigas, a partilhar segredos e a falar sobre moda e assuntos amorosos.
Um dos benefícios das redes sociais está em impulsionar a capacidade dos jovens de se conectarem e partilharem aquilo de que mais gostam. Permitem que se foquem em coisas que lhes sempre foram importantes: os seus segredos, imagem, aparência e inseguranças.
Os efeitos positivos e negativos das redes sociais
Há cada vez mais provas de prós e contras sobre o uso das redes sociais. Um estudo conduzido pela Universidade de Georgia, em junho de 2012, afirma que a autoestima dos milhões de pessoas que frequentam diariamente as redes sociais pode aumentar no processo. Sentirem-se ligados a outras pessoas e controlar a maneira como os outros os percecionam pode ter um efeito positivo em como se veem a si próprios.
Por outro lado, um estudo feito pela Universidade do Michigan, em junho de 2013, concluiu que eram os estudantes com tendências narcisistas que colocavam fotografias online, usando as redes sociais para aumentarem os seus egos e controlarem a perceção que os outros têm deles - algo que pode ter um impacto perigoso nas raparigas mais jovens.
Outro estudo, conduzido pela Universidade de Flinders, na Austrália, revelou uma correlação entre o tempo que as raparigas passam online e a baixa autoestima e insatisfação com a sua imagem corporal. Ao entrevistarem mais de 1.000 raparigas adolescentes, descobriram que apesar de 80% terem um peso saudável, quase metade (46%) estavam insatisfeitas com o seu corpo. Isto sugere que, para muitos jovens, as preocupações sobre a imagem corporal não se relacionam apenas com estar acima do peso saudável, mas com não encaixar nos padrões irrealistas das celebridades, que são, na verdade, tudo menos comuns . Para além disso, o estudo mais recente de Dove mostra que 64% das raparigas comparam a sua aparência com a de fotografias de influenciadores e celebridades.
Um estudo feito pela Universidade de Stanford fez a ligação entre demasiado tempo à frente do ecrã, redes sociais, sentimentos e experiências negativas. Raparigas que eram “especialistas” em redes sociais eram menos sociáveis cara-a-cara e tinham maior probabilidade de ter amigos cujos pais consideravam uma má influência.
A importância do período "não digital"
FOMO - Medo de não participar ("Fear Of Missing Out") - é uma grande preocupação para os jovens. Muitos ficam constantemente nas redes sociais para se assegurarem de que estão sempre atualizados sobre o que está a acontecer no seu círculo de amigos.
Por muito essenciais que os seus filhos sintam que as redes sociais são, você pode, e deve, estar atento a como eles as utilizam e estabelecer algumas regras em casa. Por exemplo, desencoraje-os de entrar nas redes sociais à noite ou de usar o telemóvel depois de apagar as luzes, para que possam "desligar-se" antes de se irem deitar e dormirem o suficiente.
Tente compreender a importância da tecnologia na vida dos seus filhos, mas recorde-os também dos benefícios de se desligarem às vezes. Porque não sugerir um período "não digital" em família - para TODOS?
Encoraje-os a passar tempo a fazer outras atividades, como hobbies, desporto e interações cara-a-cara com os amigos. Isto vai relembrá-los que sensações de satisfação, bem-estar e realização podem vir de fora das redes sociais, reforçando a sua individualidade e confiança nas suas qualidades internas.
Lista de ações: Como evitar os efeitos negativos das redes sociais entre os jovens
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