• Suzi Pires (@suzipires)
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Suzi Pires (Foto: Divulgação)

Suzi Pires (Foto: Divulgação)

Caríssima Dona de si, o momento do  teto de cristal atinge a toda mulher que ousa escolher seus passos, se comprometer com suas conquistas e quer dizer: avistar o céu e jamais alcançá-lo. Você tem a ligeira impressão de que isso é recorrente na sua vida? Que você está sempre perto de alcançar algo e vão lá e mudam a linha de chegada? Está na hora de você parar de avistar o céu. Está na hora de você viver nele!

Segundo estudos, é um fenômeno mundial que acomete as mulheres que constroem seu sucesso. Cada uma de nós vai crescendo, olhando o céu chegar perto, mas tem um momento que este céu torna-se inalcançável para nós, mulheres. Não, não é por causa da nossa competência. É simplesmente um movimento do mundo misógino. Um movimento cultural ainda entranhado nas células de muitos homens e também de muitas mulheres. O famoso: daqui você não passa.

Isso se reflete no alto percentual de mulheres nos cargos de gerência das empresas, mas raríssimas as que conseguem chegar a diretoras ou CEOs. Se você tem seu próprio negócio, terá um momento que o cliente vai preferir comprar do parceiro homem porque a entrega será tão grande que ele, culturalmente, está mais inclinado a acreditar que um homem fará melhor do que você.

Ah! Agora entenderam, né? Já identificaram se estão passando por isso ou prestes a passar? Que bom. Então, vamos entender o que acontece com as mulheres que decidem quebrar o tto de cristal, que decidem ousar crescer mais do que lhe foi permitido pelo coletivo.

É certo que isso vai te causar feridas; mas, se você tiver uma boa estrutura emocional, uma rede de apoio e, o principal: a consciência de que está passando por este momento – aí sim, você vai sobreviver com belas e admiradas cicatrizes e, em seguida, será mais respeitada do que jamais imaginou, e, passado um tempo você será temida. Sim!, temida. Porque não é toda mulher que está pronta para sobreviver as feridas do cristal entrando nas suas vísceras, enquanto ela cresce.

Nós, mulheres, temos uma dificuldade natural em “saber apanhar” porque é da nossa natureza cultural romantizar e fantasiar as pessoas e as circunstancias. Temos que treinar muito, nos colocarmos muito a prova, nos expor, nos arriscar para ficarmos com a “carne e a alma” resistentes as diversas puxadas de tapete que nos darão. Não é vitimismo. É apenas o momento em que estamos na nossa caminhada por respeito e igualdade de direitos.

Nós ainda não temos direito a “lugares mais altos”. O mundo ainda trata isso como fenômeno da natureza. E será com a nossa insistência, com o nosso soco no teto de cristal e com a nossa sobrevivência as feridas, que vamos conseguir, pelo menos, desequilibrar este jogo.Recentemente, saiu uma pesquisa em que mais de 60% dos homens que trabalham em grandes empresas não conseguem conceber a idéia de uma mulher como CEO. Isso é grave! Já que esses homens foram criados por mulheres, que, com certeza, são as donas de seus lares. Qual a dificuldade em respeitar nossa competência?

A mulher que ousa quebrar o teto de cristal é instantaneamente tratada diferente por todos os medíocres e por todas as mulheres machistas das redondezas. Sobram poucas pessoas – entre homens e mulheres- para confiar e contar. Mas a boa noticia é que essas pessoas existem. Sim, as pessoas que admiram o sucesso e a batalha de uma mulher de fibra. E, atenção: essas pessoas contam com você para mudar o status quo.

Logo depois do seu soco no teto de cristal, você é atacada, se machuca, chora, se surpreende com as falsidades e facadas nas costas, mas depois encontra os “seus” e em seguida a vida vai te questionar: e, então, vamos adiante? E é aqui que mora o perigo. É aqui que muita Dona de si desiste. É aqui que a turma que não respeita mulher competente, acaba vencendo. E não, nós não podemos deixar que isso aconteça! Nunca mais!

Dona de Si que é Dona de si apoia a outra. Seja parceira do sucesso feminino, porque a hora de cada uma de nós, chegará. Unidas, então, será muito mais divertido!
Suzi Pires.