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Por Da Redação


Suzi Pires (Foto: Divulgação) — Foto: Vogue

Vocês já devem ter percebido que uma Dona de Si não é uma essência feminina doce e fofa, não é mesmo? Nós podemos ser suaves, trazer leveza, mas temos um compromisso com as nossas escolhas de vida e isso nos faz mulheres “fortes”, as chamadas “mulheres difíceis”. É claro que somos chamadas assim por todos aqueles que preferem que o mundo siga dividido entre os que mandam e os que obedecem, aqueles que não suportam vozes femininas líderes no mundo. A essas pessoas antigas, cafonas e pobres de espirito, eu digo que é melhor elas entenderem o atual tabuleiro jogo. Caso contrário seus dias estão contados.

Hoje, é cada vez mais difícil ver, nas novas gerações, pessoas dispostas a deixar de lado suas essências para agradar alguém. É cada vez mais difícil ver alguém que seja um agente de transformação, como uma Dona de Si é, interessada em deixar para trás sua alegria de viver, sua criatividade e liberdade.

Este é um momento crucial para a humanidade, difícil para os da inércia e fértil para nós, que não abrimos mão de realizações profissionais que passem pelo nosso coração. Para nós que entendemos que estatística quer dizer gente do outro lado dos números. E gente quer dizer que há emoção envolvida no mundo e em todas as pesquisas de lucratividade. Você só vai dar lucro para si mesma se se mantiver leal a si mesma. E, saiba: a lealdade feminina, de você com você mesma, precisa ser regada diariamente. Porque ainda é instável.

Então, caríssima Dona de Si, comece entendendo quais são seus pontos inegociáveis na vida. Liste-os. Por exemplo: minhas crenças religiosas são inegociáveis. Ok. Se você estiver trabalhando num lugar fundamentalista e sem democracia de crenças, é hora de cair fora, de buscar outro caminho. Ou, você tem consciência de que sua alegria é fundamental para que você produza melhor, crie coisas inéditas e seja a pessoa que você é. Pois bem, a sua alegria é o seu inegociável.

“Mas, Suzi, alguém pode ter a cara-de-pau de solicitar que alguém deixe sua alegria de lado? Isto é possível num ambiente de trabalho?” E eu te digo: é, sim. Infelizmente. A alegria incomoda quem não a conhece, incomoda quem já a “vendeu” ou quem acredita que sentimento não possa estar presente. E também porque a felicidade contagia os outros seres do lugar e é a principal catalizadora de liderança, trazendo, claro, preocupação naqueles que acreditam no seu pequeno poder-controlador-de-pessoas. Nojento isso? Sim. E muito usual.

Tenho alguns inegociáveis, como a minha alegria, a diversidade onde eu for líder e a ética entre meus pares. E quando fui cobrada a largar esses pontos, me retirei. De alma. É muito sofrimento pessoal passar por isso, mas só depois de escolher a si mesma, você se torna quem, de fato, você é. E isso é lindo de viver.

Sororidade.
Suzi Pires