Serviços Financeiros

Por Nathália Larghi, Valor Investe — São Paulo

Você acha que só em clube chique é preciso de indicação de sócios antigos para você se tornar um deles? Engana-se. Esse é um importante atalho para conseguir um cartão de crédito oferecido por empresas como o Nubank e Trigg – chamadas de fintechs por prestarem serviços financeiros (fin) de forma mais moderna e tecnológica (tec). Eles têm grandes vantagens, como anuidade zero, descontos nas faturas e atendimento via aplicativo, o que torna a cobiça por eles bem alta.

Conseguir um, no entanto, não é fácil. Menos da metade das pessoas que pede um cartão desses pelo app das empresas consegue. Existe, porém, um jeitinho de aumentar suas chances de aprovação. Você pode conseguir uma “indicação” de quem já usa. A demanda por esses “convites” é tão alta que já existem grupos no Facebook com mais de 50 mil membros voltados para a “troca de indicações”.

Há quem venda convites para os cartões no site de compras Mercado Livre, por valores que vão de R$ 5 a R$ 35. Não é exagero dizer, portanto, que há um mercado secundário de indicações para cartões de fintechs.

Essa indicação nada mais é do que um link, que pode ser mandado por e-mail ou WhatsApp, chamando a pessoa indicada para fazer um pré-cadastro. Com esse registro, conseguir o cartão fica mais fácil do que só pedi-lo pelo aplicativo, sem ser “recomendado” por ninguém. Para as fintechs, essa é uma estratégia fundamental. Sem dinheiro suficiente para comprar um anúncio no intervalo da novela das 21h ou de uma página inteira do jornal, o “boca a boca” é a forma de torná-las conhecidas.

A Nubank, empresa que desde 2013 oferece cartões de crédito sem anuidade, é um exemplo claro disso. Cerca de 80% da base de 6 milhões de clientes vieram por meio de indicações de outros usuários. A estratégia dos convites é, segundo a companhia, uma maneira de conhecer melhor os potenciais clientes e ter mais dados para fazer as aprovações.

A companhia critica, no entanto, os sistemas de “vendas e trocas de indicações entre desconhecidos”. Segundo eles, de acordo com as políticas internas, as indicações para o cartão Nubank devem ser feitas gratuitamente e apenas para pessoas de confiança. Quando identificam algum desrespeito a esta regra, há uma suspensão do uso de indicações do cliente em questão.

Recompensa

No caso da Trigg – empresa de cartão de crédito que “devolve” ao cliente uma porcentagem do que foi gasto para ser abatido na fatura seguinte, sistema chamado de “cashback” – apenas 10% da base de clientes veio por indicação. Esses usuários, porém, são os que apresentam o menor índice de inadimplência. Por isso, a companhia vai mudar seu programa de “convites”, que recompensa quem indica um amigo.

“Hoje, pagamos R$ 10 de cashback ao usuário que indicar alguém e esse alguém for aprovado. Mas a ideia é melhorar esse programa e aumentar o índice de pessoas indicadas por amigos” afirma Marcela Miranda, presidente da Trigg.

Atualmente, 45% das pessoas indicadas para a Trigg recebem a aprovação para o uso do cartão. Dentre os usuários que pediram o plástico de forma orgânica, apenas 15% são aprovados.

Para a executiva, o “comércio” e a troca de indicações entre desconhecidos pela internet não é um problema, já que as pessoas indicadas também passam por ferramentas de análise antes da aprovação. “Ser indicado é apenas um diferencial”, diz. Marcela confirma, porém, que existem mecanismos para checar se aquela sugestão foi verdadeira. “A gente tenta casar coincidências entre o indicado e quem indicou. Vemos se é da mesma faixa etária, se trabalha próximo ou em um mesmo ramo. Se é uma pessoa de São Paulo que indicou uma de Minas Gerais, por exemplo, olhamos com mais atenção”, afirma.

Outra empresa que lança mão de “bonificações” para os usuários que indicarem amigos é o Neon. Nesse caso, porém, o convite é para a abertura da conta digital que a fintech oferece. Segundo a companhia, nos últimos seis meses, 23% dos novos clientes vieram a partir de indicação. Nesse caso, tanto quem indica quanto quem é indicado ganha aproximadamente R$ 15 de saldo na conta.

Como as indicações não são feitas para um produto que precisa de aprovação - já que a abertura da conta é garantida a todos os usuários -, Guilherme Lorensini, diretor de negócios da companhia, afirma que o programa só traz benefícios para as partes. Segundo o executivo, no primeiro trimestre de 2019, o número de pessoas que abriram a conta na fintech por meio de indicação cresceu 108% ante o último trimestre do ano anterior.

O Banco Original também oferecia um programa semelhante, chamado de Amigo Original, que dava até R$ 40 para quem fizesse uma indicação e a pessoa sugerida abrisse a conta. Em fevereiro, no entanto, o programa foi suspenso. Segundo o banco, a ação “passará por melhorias” e voltará a funcionar em breve.

Para Bernardo Pascowitch, especialista da ABFintechs, a estratégia tende a ser adotada por cada vez mais empresas, incluindo, quem diria, os grandes bancos. “Recentemente o banco Daycoval fez uma campanha em que dava R$ 100 para os clientes que trouxessem novos correntistas e que estes adquirissem produtos financeiros. Isso mostra que é uma estratégia bem-sucedida, que deve continuar por muito tempo”, conclui.

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