As ações ordinárias (ON, com direito a voto em assembleias) e as ações preferenciais (PN, com preferência por dividendos) da Petrobras apresentaram valorização hoje (18), após a decisão de pagar R$ 19,80 bilhões em acordo com o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). A alta dos papéis da estatal ajudou a dar sustentação ao Ibovespa, o principal índice acionário da bolsa.
Ao final das negociações, as altas de Petrobras foram de 3,13%, a R$ 35,90 os papéis PN e 3,36%, a R$ 37,88 nas ações ordinárias.
O pagamento foi aprovado pelo conselho de administração da Petrobras por dez votos a um e se refere a remessas ao exterior para pagamento de afretamentos de embarcações de exploração de petróleo. O impacto no lucro líquido da estatal será de R$ 11,87 bilhões no segundo trimestre.
Conforme a XP, o acordo tributário da Petrobras com o governo federal para passivos não provisionados era amplamente esperado, mas o anúncio foi positivo, pois elimina riscos significativos a um custo aceitável, considerando os termos finais, e tem impacto pequeno sobre os dividendos.
Os analistas Regis Cardoso e Helena Kelm destacam, em relatório, que a Petrobras que o impacto no fluxo de caixa livre da Petrobras será cerca de R$ 2,5 bilhões, ou 0,5% do valor de mercado, após a contabilização de depósitos judiciais, entradas de caixa diferidas e outros ajustes.
Segundo os analistas, a Petrobras deve recuperar cerca de R$ 2,6 bilhões de seus parceiros de produção e exploração, aproximadamente 13% do passivo total, o que pode ocorrer ainda em 2024.
Eles afirmam esperar que o impacto sobre os dividendos resulte de fluxos de caixa operacionais mais baixos devido ao cronograma de pagamento de liquidação, com R$ 5,4 bilhões em dividendos mais baixos em 2024. O impacto pode ser ainda menor, dependendo do momento do reembolso dos parceiros e do reconhecimento da proteção fiscal.
“Até 2025, esperamos que todas as entradas e saídas tenham sido contabilizadas quando a Petrobras iniciar as discussões sobre dividendos extraordinários para todo o ano de 2024”, concluem.
A XP tem recomendação de compra para Petrobras, com preço-alvo de R$ 45,10 para ações preferenciais.
Empurrão para ajudar o governo a fechar as contas
Os recursos, além dos dividendos já previstos, vão ajudar o governo a fechar as contas. O governo é o principal acionista da estatal, logo mais dividendos representam mais dinheiro em caixa, que precisa alavancar receita para se aproximar da meta fiscal.
Segundo a Petrobras, o valor total da transação, considerado o desconto de 65% concedido no edital, serão pagos da seguinte forma: R$ 6,65 bilhões serão pagos com os depósitos judiciais já realizados nos processos e R$ 1,29 bilhão será pago com créditos de prejuízos fiscais de subsidiárias.
Os restantes R$ 11,85 bilhões serão amortizados pela estatal da seguinte forma: entrada de R$ 3,57 bilhões em 30 de junho; saldo remanescente será pago em seis parcelas mensais de R$ 1,38 bilhão cada, sendo a primeira em 31 de julho.
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Com informações originalmente publicadas pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico