As ações da Vitru Educação passam a ser negociadas hoje na B3, em um movimento inédito de migração da Nasdaq para a bolsa brasileira. A companhia estreia no pregão com o código VTRU3.
A Vitru Educação, dona dos grupos de ensino a distância Uniasselvi e UniCesumar, foi listada e colocou suas ações para negociação na Nasdaq, em setembro de 2020 e captou US$ 96 milhões.
Em seu último pregão na bolsa eletrônica dos Estados Unidos, na sexta-feira (7), o papel da Vitru (VTRU) encerrou cotado a US$ 9,07, alta de 2,5% ante o fechamento do dia anterior. No ano, anotou uma desvalorização de 42,45%. Desde sua chegada na Nasdaq, a US$ 16, foi um tombo de 43,3%.
Desde 2017, 18 companhias brasileiras abriram seu capital e fizeram oferta de ações no mercado americano, notadamente na Nasdaq. A expectativa por poder operar em um mercado mais maduro se deparou com a realidade de falta de liquidez pelos papéis, o que pode desencadear um processo “migratório” de volta ao lar.
João Albanese, sócio-fundador da Unio Partners, avalia que a chegada da Vitru na B3, apesar de não necessariamente indicar uma tendência, não causa estranhamento e até faz sentido.
Segundo ele, muitas empresas, não só brasileiras, mas de vários países, querem abrir capital nos Estados Unidos, por vários motivos, entre os quais o “status social” até a possibilidade de acessar um investidor maduro, inclusive os institucionais.
“Nos Estados Unidos, o investimento em bolsa é cultural”, pontua. “Boa parte da população investe em bolsa, isso obviamente gera mais volume para as ações. No entanto, é um mercado muito pulverizado. Se o investidor pessoa física não conhecer a empresa, não vai comprar a ação. O institucional também não.”
“Uma empresa brasileira que vai para os Estados Unidos tem menos acesso aos investidores pessoa física, porque eles não conhecem a empresa; tem menos acesso ao investidor institucional por conta de tamanho e de regulação, e também porque não é todo investidor que está propenso a investir em Brasil ou em mercados emergentes”, reforça Albanese.
Na B3, a Vitru vai dividir espaço com outras cinco companhias do setor de educação: Ânima (ANIM3), Cogna (COGN3), Cruzeiro do Sul (CSED3), Ser Educacional (SEER3) e Yduqs (YDUQ3). Cogna e Yduqs, que têm maior liquidez, fazem parte do Ibovespa, o principal índice de referência do mercado acionário brasileiro.
No primeiro trimestre deste ano, a Vitru Educação reportou um lucro de R$ 8,1 milhões, valor 86% menor que o registrado no mesmo período do ano passado. As receitas da dona da Uniasselvi e UniCesumar cresceram 13,5%, na mesma base de comparação, e somaram R$ 504,3 milhões. A dívida ao final de março era de R$ 2,2 bilhões.
A empresa terminou março com 939 mil alunos matriculados, sendo 97,6% da categoria de ensino a distância. A captação total cresceu 9,5% no ano. O tíquete médio aumentou 16,2% no mesmo período.
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