Empresas

Por Beatriz Pacheco, Valor Investe — São Paulo


A ação da Lojas Renner deu um "mergulho" já no começo desta semana. Com a deterioração do cenário para corte da Selic, o ano está sendo bastante ruim no geral para papéis sensíveis ao juros, caso da varejista. Mas esta semana tem algo a mais.

Embora em queda consistente desde o começo do mês, na última segunda, o gráfico que reflete o desempenho do ativo "embicou". A ação acumula perdas de cravados 11% apenas três dias semana adentro.

E no pregão desta quarta (22) não foi diferente. A ação ficou com a segunda maior queda do Ibovespa, com perda de 7,09%, a R$ 13,11. Mas o que está acontecendo com o papel?

"A sede da Renner fica no Rio Grande do Sul e muitas de suas operações estão lá. Outras empresas de varejo, que estão mais espalhadas pelo Brasil, não foram tão afetadas pelo desastre climático na região Sul. Acredito que isso tenha um peso sobre a queda recente: uma empresa que já está em um setor difícil como o varejo ainda tem a operação da sua sede afetada dessa forma", avalia Pedro Afonso Gomes, presidente do Conselho Regional de Economia da 2ª Região (Corecon-SP).

Para Bruno Corano, economista e investidor da Corano Capital, a queda da ação hoje, isoladamente, não é tão representativa, e sim o quadro geral para a companhia. "Neste ano, o papel da Renner vem caindo de forma recorrente. Várias mudanças se apresentaram nesse cenário: sinais de desaquecimento da economia local, que interferem no consumo varejista; mudanças fiscais em algumas regiões em particular; e essa dinâmica de juros altos, que interfere na margem que a empresa tem para repassar o aumento de custos para os preços", enumera o especialista.

A recente troca na presidência da companhia também representa alguma incerteza que, combinada aos eventos macroeconômicos, vem fazendo com que o papel se desvalorize de forma consistente desde o início do ano. "No fundo, há um entendimento de que os números que vinham sendo reportados até então não serão mantidos", acrescenta Corano.

Ontem, a XP rebaixou a recomendação para Lojas Renner, a pretexto de uma previsão de dinâmica de resultados mais fraca a partir do segundo trimestre. A indicação para o papel saiu de compra para neutra, e o preço-alvo foi cortado de R$ 19 para R$ 18.

Os analistas da XP Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Summer escrevem em relatório que a Lojas Renner enfrenta obstáculos tão diversos que vão dos juros ao clima. As temperaturas anormalmente altas têm persistido nas principais capitais do Brasil desde o início do segundo trimestre, comprometendo vendas do Dia das Mães, segundo a equipe de especialistas. E a tendência é que o inverno seja mais quente, e o verão, mais ameno.

"O clima é desfavorável com essas temperaturas mais altas num período de frio. O inverno era marcado no varejo de vestuário pelo faturamento mais alto devido aos tíquetes de vendas elevados. Esse tempo, por mais um ano, vai jogar contra a empresa novamente", afirma Carol Sanchez, analista de varejo da Levante Investimentos.

A dinâmica macro também não está ajudando, uma vez que o cenário do Brasil se deteriorou nos últimos meses, com a perspectiva de um ritmo mais lento no corte dos juros, aumento da inflação de alimentos e um dólar mais forte.

A XP refez suas estimativas para Lojas Renner, vendo uma expansão mais branda de margens e menor diluição de despesas neste ano. O lucro, no entanto, pode ser protegido por conta do reconhecimento de créditos fiscais.

Concorrência

O aumento da concorrência é um dos pontos de maior atenção no setor de vestuário. Nesta quarta (22), o Congresso votaria o fim da isenção de tributação para compras internacionais de até US$ 50, que vinha favorecendo as plataformas chinesas, principalmente. A pauta foi adiada, mas não sai do radar do mercado.

"Essa tem sido uma luta constante do varejo, porque essas plataformas asiáticas têm conseguido operar com preços muito abaixo das empresas de vestuário aqui. E desde o ano passado, esses agentes entraram com força no Brasil. Considerando os custos que as empresas brasileiras deste setor arcam, não há isonomia tributária", conclui Sanchez, da Levante Investimentos.

Com informações do Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.

Mergulho — Foto: GettyImages
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