As ações de frigoríficos lideraram ganhos do índice Ibovespa, principal índice da bolsa nesta quinta-feira (16). As ações da Minerva (BEEF3) avançaram 9,38%, a R$ 6,88. No entanto, o gatilho para o movimento foi a JBS (JBSS3).
Papéis dessa segunda companhia subiram 4,63%, a R$ 28,45. Davam prosseguimento aos ganhos do ltimo pregão, quando a ação subiu 8,11%, após registrar lucro de R$ 1,646 bilhão no primeiro trimestre, revertendo prejuízo obtido um ano antes.
A conjuntura favorável para as margens e para a geração de caixa levam a companhia a crer que haverá uma redução na alavancagem (endividamento) da empresa até o final de 2024. Caso esta expectativa se confirme, surge a possibilidade de aumento no pagamento de dividendos aos acionistas ou novas aquisições para este ano.
Na sequência, a Marfrig (MRFG3) subiu 4,44%, a R$ 11,28, após reportar lucro líquido de R$ 62,6 milhões referente ao primeiro trimestre, versus prejuízo de R$ 634 milhões obtido pela empresa um ano antes.
De acordo com balanço financeiro divulgado na noite de quarta-feira, o resultado foi impulsionado pela BRF, que teve seu melhor primeiro trimestre da história e é controlada pela Marfrig. As ações da BRF (BRFS3) subiam 3,29% no mesmo horário, a R$ 19,15.
Setor está atrativo?
Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, pontua que o setor está apresentando um desempenho excepcional neste mês, principalmente devido aos resultados da JBS e da Marfrig. Por outro lado, a Minerva não satisfez tanto os investidores. "O endividamento permanece um ponto crítico. Observamos alavancagens elevadas, com a Marfrig e a Minerva mostrando pouco progresso nesse aspecto. A JBS, por outro lado, apresentou um avanço considerável e sinalizou uma redução da alavancagem para 2,5 até o final do ano", diz.
Para ele, os investidores que tem interesse no setor devem monitorar o mercado de preços do boi, que tem uma tendência de aumento de quase 10% no próximo ano, segundo estimativas do setor.
"É importante lembrar que havia uma situação significativamente mais difícil no início do ano passado, devido ao imbróglio relacionado à doença da vaca louca no norte do país. Este ano, a situação está mais simplificada e houve avanços consideráveis em termos de permissões internacionais para que as plantas brasileiras possam exportar, especialmente para a China. As empresas brasileiras do setor frigorífico têm um grande potencial para se tornarem importantes representantes do setor a nível global", comenta.
*Com informações do Valor PRO, serviço em tempo real do Valor Econômico