As ações do GPA (PCAR3), dono da rede de supermercados Pão de Açúcar, operaram em forte queda no primeiro pregão na B3 após a divulgação do balanço do primeiro trimestre.
O papel encerrou os negócios do dia com desvalorização de 5,6%, negociado a R$ 3,20, liderando as perdas do Ibovespa.
A companhia reportou prejuízo líquido de R$ 660 milhões, no primeiro trimestre, mais que o dobro do registrado no mesmo período de 2023, considerando o resultado das operações continuadas e descontinuadas. O prejuízo líquido das operações continuadas atingiu R$ 407 milhões no trimestre, alta anual de 27,6%.
O Bank of America (BofA) destaca que o primeiro trimestre do GPA foi impactado pela liquidação de impostos, baixa contábil e baixa de ativos fiscais diferidos. Por outro lado, a margem bruta foi beneficiada por melhores condições de fornecedores e eficiência logística. As despesas financeiras líquidas também caíram, devido à redução dos custos da dívida, comenta o banco.
O programa de liquidação tributária do estado de São Paulo, o Acordo Paulista, permitiu ao GPA reduzir R$ 3,6 bilhões em contingências fiscais estaduais, para cerca de R$ 794 milhões. Assim, o BofA sugere a possibilidade de replicação, bem como a possibilidade de utilização de ordens de pagamento judiciais, conhecidas como precatórios, para liquidar parte dos passivos da rede varejista.
O BofA mantém a recomendação neutra sobre as ações do GPA, com preço-alvo de R$ 3,45.
Os resultados da companhia vieram acima do esperado pelo Bradesco, que elevou o preço-alvo da ação de R$ 3,50 para R$ 4, reiterando recomendação neutra. O banco destaca que o balanço do primeiro trimestre apontou tendências positivas de margens nos seus negócios de supermercados
O Ebitda ajustado de R$ 372 milhões superou em 9% as estimativas do Bradesco, refletindo ganhos operacionais e de custos, enquanto as receitas de R$ 4,58 bilhões ficaram 3,9% além do esperado.
O banco nota, no entanto, que as despesas financeiras continuam elevadas e o balanço foi impactado por uma série de itens não recorrentes que reduziram a qualidade dos números. A geração de caixa limitada também deve continuar no longo prazo.
Para o Citi, o dono do Pão de Açúcar teve um desempenho operacional robusto no primeiro trimestre, mostrando mais uma vez evolução consistente, com aceleração de vendas mesmas lojas e melhoria de margem bruta, mas os resultados foram mais uma vez impactados por muitos eventos pontuais, incluindo as contingências trabalhistas do Extra Hiper.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado ficoi 11% acima da projeção do Citi, graças ao crescimento da receita e à expansão da margem. O GPA contabilizou postos de combustíveis como operações descontinuadas devido à sua intenção de vender o ativo não principal.
Segundo o banco americano, as vendas consolidadas vieram 4% acima da projeção, impulsionadas pela marca Pão de Açúcar. A margem bruta expandiu-se devido a iniciativas estruturais em curso, e as despesas ficaram acima da estimativa, compensadas por resultados de rendimento de capital mais elevados, afirmam. Por fim, o prejuízo reflete despesas não recorrentes, concluem.
O Citi tem recomendação neutra de alto risco para GPA, com preço-alvo de R$ 3,80.
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