Os próximos dias serão marcados por eventos importantes no Brasil e no mundo. Um dos momentos mais esperados acontece amanhã (25), quando será divulgada a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que colocou fim ao corte da Selic. No dia seguinte, quarta-feira (26), há o IPCA-15, indicador conhecido como “prévia da inflação”. Na quinta-feira (27), há o Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central e dados de emprego do Caged. Por fim, na sexta-feira (28), além dos dados de trabalho da Pnad Contínua por aqui, há o PCE nos Estados Unidos, um dos indicadores inflacionários mais acompanhados pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Enquanto isso tudo não acontece, os investidores ficam de olho nas previsões trazidas pelo Boletim Focus nesta segunda-feira (24), além de monitorar novas falas de dirigentes do Fed.
Na semana passada, o Banco Central colocou fim ao ciclo de cortes da Selic, pelo menos por enquanto. Um ponto positivo, na visão do mercado, foi o fato de a decisão por manter os juros em 10,50% ao ano ter sido unânime. Para quem não se lembra, na reunião anterior, quando o BC optou por diminuir o ritmo de cortes da Selic, a decisão ficou dividida entre os dirigentes indicados por Lula (que preferiam um corte maior, de 0,5 ponto percentual) e os demais, que foram maioria e optaram pelo corte mais brando, de 0,25 ponto percentual.
A decisão unânime, portanto, deixa claro que a inflação e o cenário atual preocupam. E a preocupação não é apenas do BC. No Boletim Focus, relatório semanal da autoridade monetária que traz as expectativas dos economistas para os principais indicadores econômicos do país, o pessimismo tem tomado conta. Nas últimas semanas, as projeções para o IPCA e para a Selic deste ano têm ficado mais altas.
Hoje, no entanto, será divulgada mais uma edição do relatório e o mercado saberá se a pausa nos cortes dos juros será o suficiente para reancorar as projeções para a inflação neste ano.
Por fim, outro assunto que fica no radar nesta segunda-feira (24) são as falas da presidente do Federal Reserve (Fed) de São Francisco, Mary Daly, que participa de evento às 15h de Brasília. Nos Estados Unidos, os investidores buscam pistas de quando os juros finalmente começarão a cair.
Na semana passada, o presidente da distrital do Fed de Mineápolis, Neel Kashkari, disse que acredita que vai levar “um ano ou dois” para que a inflação volte para a meta de 2%, o que acendeu um alerta no mercado de que pode demorar para que os juros finalmente voltem a patamares mais baixos.