Bitcoin tenta recuperação nesta sexta, mas perde 5% na semana

Ethereum (ETH), segunda cripto mais negociada, também anota uma queda de 5%, no acumulado da semana; criptonativos apostam no halving do bitcoin para recuperação de preços

Por Laelya Longo, Valor Investe — São Paulo


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Em semana tensa em todos os mercados globais, o bitcoin registrou uma desvalorização acumulada de 5%, ainda que nesta sexta-feira (19) marcou uma recuperação significativa no preço.

Por volta de 17h45 (horário de Brasília), a principal criptomoeda em valor de mercado (BTC) era negociada a US$ 64.000, variação positiva de 0,6%, nas últimas 24h, segundo a média das plataformas de dados CoinDesk, CoinGecko e Coinmarket Cap. A máxima do período foi de US$ 65.400 e a mínima de US$ 59.700.

O ethereum (ETH), segunda cripto mais negociada, valia US$ 3.080, também anotando uma queda de 5%, no acumulado da semana.

A força vendedora foi alimentada pelas tensões geopolíticas no Oriente Médio, agravada pelos ataques de Israel ao Irã, no sábado, e pelo revide do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, ontem à noite.

O gatilho de compra para o curto prazo fica por conta do halving, o processo de redução pela metade da “emissão” de novos bitcoins, programado para acontecer entre hoje e domingo.

Operadores criptonativos reforçam a ideia de que, assim como em processos anteriores, que ocorrem a cada quatro anos, o halving deve impulsionar os preços com uma menor oferta de novos tokens. No entanto, com 93% de todos os bitcoins já em circulação no mercado, um impacto significativo é descartado pelos analistas mais focados no mercado tradicional, que definitivamente já adotou o bitcoin em seus portfólios de ativos de risco.

O contexto de aversão a risco foi complementado pelas declarações de membros do comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), jogando baldes de água nas expectativas de cortes de juros no país.

Apesar de falta de consenso no posicionamento dos dirigentes, já é certo que um ciclo de três cortes na atual faixa entre 5,25% e 5,5% ao ano não acontecerá. As apostas estão variando de apenas um corte, no segundo semestre, a nenhum, ficando a discussão para 2025. Há ainda, segundo algumas visões, possibilidade de um novo aumento, já que a economia americana segue aquecida, ameaçando o controle da inflação.

Nesse cenário, os índices das bolsas de Nova York chegaram a marcar fortes quedas na semana, e hoje fecharam sem direção única. O Dow Jones registrou alta de 0,6%, enquanto o S&P 500 caiu 0,8% e o Nasdaq perdeu 2%, pressionado pela desvalorização dos papéis da Netflix e da Nvidia, que tombaram 9% e 10%, respectivamente.

O ouro encerrou a semana com novo recorde de preço, resultante da demanda dos investidores por ativos mais seguros.

O petróleo tipo Brent, referência de preço global, que chegou a recuar no início do dia, fechou em alta, negociado em torno dos US$ 87.

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