Projeto Especial - ESG
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Por Projeto Especial - ESG


Na mineração, o processo de Open Innovation vem contribuindo para a redução das emissões em todos os elos da cadeia, desde a mineração até a o transporte do material aos clientes — Foto: Getty Images
Na mineração, o processo de Open Innovation vem contribuindo para a redução das emissões em todos os elos da cadeia, desde a mineração até a o transporte do material aos clientes — Foto: Getty Images

As boas ideias estão por todas as partes e, por maior e mais rica que seja uma empresa, ela jamais conseguirá reunir todos os grandes talentos disponíveis. Na academia, por outro lado, muitas teorias são criadas - e até comprovadas em testes controlados -, mas a falta de experiência, seja comercial ou operacional, muitas vezes faz com que as inovações nunca cheguem de fato ao mercado.

Essa situação, no entanto, tem se tornado cada vez menos comum graças ao processo de Open Innovation, ou inovação aberta, em que o conhecimento gerado é compartilhado em benefício da sociedade, por meio de produtos melhores, mais sustentáveis ou mais baratos. Trata-se de um modelo cada vez mais utilizado pelas grandes corporações e que vem transformando negócios em todo o mundo - felizmente, para melhor.

No caso da indústria do aço, o processo de Open Innovation tem sem mostrando especialmente importante, já que vem contribuindo diretamente para a redução das emissões em todos os elos da cadeia, desde a mineração até a o transporte do material aos clientes.

"Esse movimento é extremamente importante. Os esforços recentes no setor de mineração, de forma mais ampla, têm mostrado o potencial de geração de soluções na adoção de estratégias de inovação aberta", afirma Pablo Brito-Parada, professor sênior da Royal School of Mines, na Imperial College, que tem trabalhado ao lado da brasileira Vale no desenvolvimento de novas soluções de menor impacto na mineração.

De acordo com o professor, o processo de Open Innovation tem como principal vantagem o fato de enxergar os problemas de um ponto de vista mais amplo, o que só é possível quando se está fora dia a dia do negócio. "Isso ajuda a quebrar processos e entender os desafios de forma sistêmica."

Estudos internacionais estimam que a cadeia do aço seja responsável por algo entre 7% e 10% das emissões globais de CO2, sendo a etapa de siderurgia responsável por quase 80% desse volume. Infelizmente a humanidade não tem condições de abrir mão do aço neste momento, mas a boa notícia é que existe um potencial enorme para o desenvolvimento de soluções que contribuam para a redução dessas emissões.

No caso específico da Vale, existem inúmeras iniciativas visando a descarbonização já em curso. Entre elas, o gás hidrogênio produzido a partir da eletrólise da água, um processo ainda complexo, porém promissor, o "briquete verde" capaz de reduzir em até 10% a emissão de gases do efeito estufa no processo de produção de aço nas siderúrgicas, além de locomotivas 100% elétricas para o transporte do minério.

Outros mecanismos para a redução de emissões dos processos seguem em desenvolvimento, tanto dentro da companhia como em laboratórios parceiros, como o Imperial College. "Tenho colaborado com a Vale no programa MINE, que em sua segunda edição tem como foco descarbonização, economia circular, saúde e segurança", explica Brito-Parada, que coordena atualmente o projeto.

"O nosso objetivo é desenvolver soluções para os desafios urgentes do setor. Meu papel é o de mentor de pequenas equipes que trabalham em desafios específicos. Com colegas do Imperial College, também oferecemos seminários que cobrem uma variedade de tópicos importantes em mineração e processamento de minerais", completa o professor.

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