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Por Projeto Especial - ESG


Emissões de carbono provenientes das frotas das mineradoras são um grande desafio, pois representam quase 50% das emissões totais no segmento — Foto: Getty Images
Emissões de carbono provenientes das frotas das mineradoras são um grande desafio, pois representam quase 50% das emissões totais no segmento — Foto: Getty Images

A descarbonização da economia global esteve no centro das discussões na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26), encerrada em 14 de novembro, em Glasgow, na Escócia. Ao longo de duas semanas, empresas de todo o mundo apresentaram propostas para limitar as suas emissões, utilizando as mais variadas tecnologias, com o objetivo comum de alcançar a tão sonhada neutralidade.

Passada a COP26, agora o momento é de agir. No caso da mineração, essa transformação já está em curso e de forma coordenada entre os principais players do mercado. Cada empresa, evidentemente, definirá individualmente as suas metas de curto e médio prazos, mas já existe um consenso sobre a necessidade de zerar as emissões do setor como um todo até 2050.

Trata-se, porém, de um desafio hercúleo - daí a necessidade de unir esforços em torno de soluções que auxiliem a cadeia como um todo. Atualmente, essas discussões são lideradas pelo International Council on Mining and Metals (ICMM), instituição sediada no Reino Unido que congrega 25 empresas de mineração e 33 associações nacionais em todo o mundo e tem como principal objetivo de fortalecer os indicadores socioambientais do setor.

"Todo o espírito do ICMM se baseia na colaboração e na parceria, fornecendo uma plataforma para que a indústria e as partes interessadas se reúnam para tratar das questões críticas", afirma o CEO da entidade, Rohitesh Dhawan. "Essas percepções e conversas nos permitem avaliar e compreender as abordagens de boas práticas para os principais desafios do setor."

Entre os problemas comuns entre todas as empresas do setor de mineração, destaque para as emissões provenientes das suas frotas, responsáveis por quase 50% das emissões totais no segmento. Buscando alternativas para a eletrificação dessas máquinas, que utilizam bilhões de litros de diesel todos os anos, o ICMM lançou recentemente o movimento Innovation for Cleaner, Safer Vehicles.

A iniciativa, que reúne 28 das principais mineradoras do mundo, 19 fabricantes de equipamentos pesados, além de outros fornecedores de tecnologia, busca acelerar o desenvolvimento de uma nova geração de veículos de mineração livres de emissões até 2040. O desafio, no entanto, se torna ainda maior quando lembramos que, mais do que eletrificar os caminhões, também será necessário gerar energia renovável para mover essas frotas.

Nessa frente, a Vale, por exemplo, está investindo US$ 500 milhões para desenvolver o complexo solar Sol do Cerrado, que atenderá 13% da demanda de energia estimada da empresa em 2025. O projeto faz parte do compromisso da companhia de utilizar somente energias renováveis no Brasil até 2025 e atingir essa meta globalmente em 2030.

"Nossos membros estão comprometidos em alcançar as suas metas o mais rápido possível, mas o progresso dependerá dos esforços combinados de produtores, fornecedores e clientes, trabalhando sempre em parceria", afirma Dhawan. "Nos últimos anos, os membros fizeram um bom progresso na redução de emissões, em parte pelo uso de energia renovável, à medida que ela se torna cada vez mais acessível."

Ainda de acordo com o executivo, é possível atender às necessidades atuais da sociedade sem comprometer o meio ambiente e as gerações futuras. Mas, para isso, a indústria da mineração vai precisar se reinventar nos próximos anos, investindo no desenvolvimento de produtos mais eficientes, no tratamento adequado dos rejeitos e em ações socioambientais para compensar as suas emissões residuais.

"Nós, como indústria, não iremos alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) sozinhos. É fundamental que façamos parcerias com as partes interessadas, incluindo a sociedade civil, investidores, ONGs e outros setores para ajudar a desbloquear o impacto positivo que a mineração pode ter, desde que gerida de forma responsável", completa o CEO.

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