Por trás das famosas fotos com coalas: grupo de bem-estar animal pede fim dos abraços nos marsupiais

Segundo o WAP, pegar os bichinhos no colo é algo cruel e estressante. A organização cita estudos que mostram que eles são prejudicados “apenas pela presença de visitantes”, porque as pessoas os mantêm acordados por mais tempo do que normalmente ficariam na natureza, entre outras razões – os coalas normalmente dormem cerca de 20 horas por dia.

O grupo, além da proibição dos contatos, quer uma regulamentação mais pesada sobre o uso de animais em cativeiro para entretenimento, incluindo uma proibição total da reprodução, exceto “para um propósito genuíno de conservação”. Também deseja que todos os locais acabem com “quaisquer ofertas que envolvam a manutenção de animais selvagens ou a proximidade de humanos de uma forma que possa causar sofrimento aos animais”.

“O futuro do turismo de vida selvagem é ver animais selvagens na natureza, onde eles pertencem”, observou Suzanne Milthorpe, da World Animal Protection Australia. “Os turistas estão cada vez mais se afastando dos encontros de selfies estressantes e ultrapassados. A indústria do turismo de Queensland precisa responder a essas mudanças agora.”

Mesmo com toda a pressão para uma nova regulamentação, o governo de Queensland não tem intenção de fazê-lo. “O departamento de meio ambiente tem uma regulamentação muito forte sobre quando e como os animais podem ser exibidos e mantidos”, disse o primeiro-ministro local, Steven Miles.

Apesar de abraçar coalas como se fossem bebês ser proibido na maior parte da Austrália, o contato com eles não é. Em Nova Gales do Sul, por exemplo, as pessoas podem acariciá-los e até colocar um braço envolta enquanto permanecem em um poleiro fixo – o que não pode é pegar no colo.

Mas, em Queensland, a manipulação corpo a corpo é permitida por lei estadual. No entanto, há outras regras no estado: os animais não podem ser usados para fotografia por mais de três dias seguidos sem “folga”, podem ficar “de plantão” por 30 minutos por dia e 180 minutos por semana e coalas fêmeas com filhos não podem ser usadas para fins turísticos.