Clima
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Por Redação do Um Só Planeta

O planeta passou em junho pelo 13º mês seguido de temperaturas acima da média, o que impacta o Brasil com calor e seca, informou nesta segunda-feira (8) o observatório espacial europeu, Copernicus.

De acordo com o monitoramento, junho de 2024 foi mais quente globalmente do que qualquer junho anterior no registro de dados da Europa, com uma temperatura média do ar de 16,6°C. Essa temperatura, apesar de parecer amena, indica um aquecimento geral no planeta de 0,67°C acima da média de junho entre 1991 e 2020, e 0,14°C acima do máximo anterior, estabelecido em junho de 2023.

Na comparação com a metade final do século 19, o chamado período pré-industrial, as temperaturas para o mês passado ficam precisamente 1,5ºC acima do que seria um mês de junho há cerca de 150 anos atrás, o que indica que o clima global está caminhando “em cima da linha” para o limite estabelecido no Acordo de Paris, que busca evitar consequências mais graves do aquecimento global causado pelas atividades humanas.

O quadro piora ao se examinar a temperatura média global dos últimos 12 meses: é a mais alta já registrada pelo Copernicus, 0,76°C acima da média de 1991-2020 e 1,64°C acima da média pré-industrial.

Gráfico mostra temperatura do planeta permanecendo acima do limite de 1,5ºC nos últimos 12 meses, na linha vermelha em destaque. — Foto: Copernicus Climate Change Service/ECMWF
Gráfico mostra temperatura do planeta permanecendo acima do limite de 1,5ºC nos últimos 12 meses, na linha vermelha em destaque. — Foto: Copernicus Climate Change Service/ECMWF

“Isto destaca uma grande e contínua mudança no nosso clima. Mesmo que esta série específica de extremos termine em algum momento, veremos novos recordes serem quebrados à medida que o clima continue a aquecer. Isto é inevitável, a menos que paremos de adicionar gases estufa à atmosfera e aos oceanos", alertou Carlo Buontempo, diretor do Serviço Copernicus para a Mudança Climática.

Impactos do clima

Enquanto o impacto climático gerou chuva acima da média na Europa, levando a inundações em regiões da Alemanha, Itália, França e Suíça, na América do Sul se observa o cenário de extrema seca e incêndios florestais, que no Brasil castigam principalmente a Amazônia e o Pantanal.

A temperatura média da superfície do mar para junho, com exceção dos pólos, foi de 20,8°C, o valor mais alto já registrado para o mês, informou o observatório. Mesmo regiões onde a temperatura esteve abaixo da média há sinais de aquecimento, comentam os pesquisadores.

“As temperaturas estiveram abaixo da média no Pacífico equatorial oriental [região da Ásia], indicando um desenvolvimento do [fenômeno climático] La Niña, mas as temperaturas do ar sobre o oceano permaneceram num nível anormalmente elevado em muitas regiões.”

Imagem baseada em dados de satélite e estações meteorológicas ao redor do globo destacam a temperatura dos oceanos no mês de junho. Em tons de vermelho, locais com termômetros acima da média. — Foto: Copernicus Climate Change Service/ECMWF
Imagem baseada em dados de satélite e estações meteorológicas ao redor do globo destacam a temperatura dos oceanos no mês de junho. Em tons de vermelho, locais com termômetros acima da média. — Foto: Copernicus Climate Change Service/ECMWF

Fora da Europa, as temperaturas romperam a média de forma mais intensa no leste do Canadá, oeste dos Estados Unidos e México, Brasil, norte da Sibéria, Médio Oriente, norte de África e oeste da Antártida, segundo o monitoramento.

Gelo nos pólos

Segundo os dados aferidos pelo Copernicus, a extensão do gelo marinho do Ártico ficou 3% abaixo da média, próximo dos valores observados na maioria dos anos desde 2010.

Já na Antártida, a superfície do gelo esteve 12% abaixo da média, a segunda extensão mais baixa para junho no registo de dados de satélite do monitoramento europeu. Houve meses de junho piores, sinalizam os pesquisadores, sendo que no ano passado estabeleceu-se o recorde negativo de -16%.

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