A mistura de cosméticos com café foi a aposta de Vanessa Vilela, 46 anos, para realizar o sonho de ter uma empresa. A empreendedora mineira sempre se interessou por produtos de beleza e vem de uma família com tradição cafeeira. A ideia foi unir os dois mundos em 2007, criando a Kapeh, uma indústria focada na produção e venda de itens feitos à base do grão. A rede de cafeterias, que vende café tanto para beber quanto para hidratar a pele faturou R$ 3,7 milhões em 2023. Hoje, são 22 lojas negociadas, sendo 14 abertas.
Após se casar, em 2004, Vilela voltou para sua cidade-natal, Três Pontas (MG), com os diplomas de farmacêutica e bioquímica, e resolveu colocar o projeto empreendedor em prática. “Nós fizemos uma pesquisa com apoio de universidades, destrinchamos toda a composição química do café e vimos que o grãozinho cru, verde, antes da torra, é extremamente antioxidante”, explica. Assim, nasceu a Kapeh.
Para tornar o negócio viável, o plano de negócios foi desenvolvido prevendo a terceirização da produção em indústrias, com as fórmulas desenvolvidas pela empreendedora. O investimento inicial foi de cerca de R$ 300 mil – em valores da época. A empresa nasceu com uma linha de cinco produtos, incluindo hidratante e sabonetes em barra e líquido, e com vendas focadas em perfumarias, drogarias e spas selecionados. Em 2011, chegou a ter uma pequena loja na cidade, mas acabou apostando nas operações multimarca.
A Kapeh foi gradativamente aumentando o portfólio de produtos. Hoje são mais de 200 SKUs, sendo os campeões de venda ainda o hidratante e o sabonete em barra em formato de grão de café. O tíquete médio é em torno de R$ 80.
![Lojas da Kapeh vendem café para beber e em formato de cosméticos — Foto: Divulgação](https://cdn.statically.io/img/s2-pegn.glbimg.com/16PkfqRrb8qySGuoumcZXMNo-pc=/0x0:1054x594/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_ba41d7b1ff5f48b28d3c5f84f30a06af/internal_photos/bs/2024/6/K/4XpQeBQU2PDerOHbmBvg/171269419446525.jpg)
O desafio dos aromas
Em 2016, Vilela decidiu se aventurar novamente no varejo físico, agora com uma loja que oferecesse café para beber, além dos cosméticos. A unidade piloto foi aberta em um shopping center de Varginha (MG) e foi testada por mais de dois anos.
“O principal desafio no início foi conciliar os aromas no espaço. Era cheiro da cafeteria e dos cosméticos. Nesse momento optamos por não trabalhar com alimentos, para não deixar mais complexo. Tivemos de aprender a arrumar isso, mas fomos muito felizes, vimos que dava para conciliar perfeitamente as duas operações”, diz.
Em 2019, a primeira unidade, que daria sequência ao plano de expansão, com o modelo validado, foi aberta em Belo Horizonte. A pandemia, iniciada em 2020, acabou postergando os planos de expansão da Kapeh. Dessa forma, a rede começou a ganhar corpo em 2022.
![Kapeh Cosméticos: conciliar aromas diferentes no mesmo espaço foi desafio no início — Foto: Divulgação](https://cdn.statically.io/img/s2-pegn.glbimg.com/xMQ57bjyOHQ1vh6MwoAmwuKXVDQ=/0x0:576x1280/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_ba41d7b1ff5f48b28d3c5f84f30a06af/internal_photos/bs/2024/4/Y/b0V1a5SwiDAVvRZaGlww/kapen-cosmeticos-e-cafes-loja-de-rua-4.jpeg)
“Em um primeiro momento, o café em forma de bebida é o que atrai as pessoas. Com o tempo, o faturamento dos cosméticos passa a crescer. Geralmente as lojas abrem com 70% cafeteria, 30% cosméticos, e com o tempo inverte para 60% cosméticos e 30% cafés”, diz Vilela. Hoje, há comidinhas nas unidades, como pães de queijo, paninis e croissants – todos servidos com uma manteiga de café.
Os cosméticos também continuam sendo vendidos em cerca de 200 pontos multimarca, pela internet e por meio de venda direta – este último canal é integrado às franquias, para ajudar a aumentar o faturamento das unidades. “O revendedor é prospectado pela franquia”, diz.
Reconhecimentos internacionais
Ao longo de sua trajetória à frente da Kapeh, Vilela consquistou reconhecimentos nacionais e internacionais pela iniciativa de levar o café para outras searas. Alguns troféus na estante da empreendedora são o Empretec Women in Business Award, promovido pela ONU, o Young Global Leader (YGL), pelo World Economic Forum, e o Rising Talent (Talento em Ascensão, pelo Women's Forum for The Economy & Society,
Quanto custa uma franquia da Kapeh?
![Loja da Kapeh — Foto: Divulgação](https://cdn.statically.io/img/s2-pegn.glbimg.com/Gtq967U_a3VszjHPSnntmL-d2uo=/0x0:1599x899/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_ba41d7b1ff5f48b28d3c5f84f30a06af/internal_photos/bs/2024/Z/y/jCNIwxQ6uCIstZe73KEg/kapeh-cosmeticos-e-cafes-especiais-1.jpeg)
A Kapeh trabalha com três modelos de franquia: quiosque, que demanda um investimento inicial a partir de R$ 177,9 mil; loja compacta com to go, que custa a partir de R$ 298,9 mil; e loja premium, a partir de R$ 359 mil. Hoje, das 14 lojas abertas, são 11 premium ou compacta, e três quiosques.
Para este ano, a marca pretende chegar a 100 unidades vendidas, em todo o país, e um faturamento de cerca de R$ 10 milhões.