História

Por Redação Galileu

Conhecida por cidades medievais, fronteiras montanhosas, castelos e uma fortaleza gótica, a região da Transilvânia, na Romênia, é considerada a terra dos vampiros. Isso se deve, em grande parte, à influência do romance Drácula, de Bram Stoker.

Mas a região é também de onde veio Elizabeth Báthory, conhecida como “A Condessa Sangrenta”. A mulher foi considerada a maior serial killer da história pelo Guinness World Records.

Reza a lenda que ela foi uma assassina em série, matando mais de 600 meninas e mulheres jovens para beber e se banhar em seu sangue, supostamente para preservar sua juventude. Elizabeth era filha da nobreza, nascida em 1560 em uma influente família da Hungria. Seu tio, Stephen Báthory, foi rei da Polônia, grão-duque da Lituânia e príncipe da Transilvânia de 1576 a 1586.

Durante sua vida, ela apresentou problemas de saúde e sofria de ataques epiléticos e convulsões. Um dos tratamentos, segundo o Guinness, era esfregar o sangue de uma pessoa saudável sobre ela, além de beber um pouco dele. Não é comprovado em que época de sua vida isso ocorreu e nem se isso foi o incentivo inicial das suas atividades vampirescas.

Aos 15 anos, Báthory teve um casamento arranjado com o conde Ferenc Nádasdy, e a partir daí suas atividades se intensificaram. Suas vítimas teriam sido jovens camponesas que a condessa capturava e torturava com a ajuda de seus servos, antes de matá-las e consumir seu sangue. O foco eram meninas e mulheres virgens, pois acreditava-se que o sangue delas lhe daria a juventude eterna.

A condessa também atraía pessoas para seu castelo com a ideia de ensinar boas maneiras, mas no fim, todas eram vítimas dos desejos mortais da nobre húngara.

A maior serial killer da história foi uma condessa húngara?

A maior serial killer da história foi uma condessa húngara?

Mulher mortal

Em 1604, Nádasdy morreu devido a uma doença desconhecida. Depois disso, os rumores sobre a sede de sangue de Elizabeth aumentaram. Até que, em 1610, as autoridades decidiram dar início a uma investigação e o rei da Hungria, Matthias II, ordenou que György Thurzó, o palantino da Hungria, coordenasse o processo.

Um ano após iniciar as investigações, Thurzó e sua equipe coletaram mais de 300 depoimentos. Neles, algumas pessoas contavam sobre as mulheres da família que haviam morrido no castelo, outras relatavam vestígios de tortura em cadáveres enterrados em cemitérios e outros locais não identificados.

No final de 1611, o investigador fez uma visita ao castelo de Cachtice, na Eslováquia, casa de Elizabeth e palco dos seus crimes. Lá, ele teria encontrado uma garota morta junto com outra menina viva, além da própria condessa e seus cúmplices.

As penas para as atrocidades cometidas no castelo foram diferentes para cada pessoa. Alguns servos foram torturados e queimados vivos, outros tiveram prisão perpétua declarada; um foi decapitado e a condessa foi sentenciada a uma severa prisão domiciliar. Ela ficou confinada em seu castelo até morrer, em 1614, aos 54 anos.

Cópia de um retrato perdido de 1585 de Elizabeth Báthory — Foto: Wikimedia Commons
Cópia de um retrato perdido de 1585 de Elizabeth Báthory — Foto: Wikimedia Commons

Culpada ou perseguida?

As acusações iniciais contra Elizabeth foram baseadas em rumores que ganharam força depois de serem repetidos com frequência. Então, uma grande dúvida paira no ar: ela realmente foi culpada?

Por mais que muitos digam que a condessa matou centenas de mulheres, não há documentos que provem a veracidade dessas alegações. Muitas das confissões dos empregados foram obtidas por meio de torturas, e hoje sabe-se que informações obtidas com esses métodos não são confiáveis.

Além disso, muitas das testemunhas afirmaram que não viram nenhuma evidência em primeira mão dos crimes de Elizabeth, apenas ouviram acusações de outros. O número de vítimas foi apontado por funcionários, que teriam visto a contagem em um diário de Elizabeth. Mas o livro nunca foi encontrado.

Alguns historiadores argumentam que Elizabeth foi incriminada porque tinha imensa riqueza e possuía grandes extensões de terra, que se multiplicaram depois que seu marido morreu. Além disso, Matthias II, que ordenou a investigação de Elizabeth, tinha uma grande dívida com ela, que foi convenientemente cancelada quando ela foi presa e acusada.

Portanto, não há nenhuma evidência real de que Elizabeth realmente bebeu ou se banhou em sangue. As lendas que descrevem essas tendências vampíricas foram registradas anos depois de sua morte, portanto, não podem ser consideradas confiáveis.

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