Um novo estudo publicado por um trio de psicólogas norte-americanas na revista Social Psychological and Personality Science na última quinta-feira (04) mostrou que as mulheres têm expectativas sexuais diferentes com base no gênero de seu parceiro ou parceira.
A pesquisa se baseia em levantamentos anteriores que afirmam existir uma diferença entre mulheres e homens cisgênero na probabilidade de atingir o orgasmo – sendo o gênero masculino o com maiores chances.
As novas análises, feitas com mulheres de diferentes orientações sexuais, apontam que os padrões de dominância no sexo, influenciados pelo gênero do parceiro, podem contribuir para essa disparidade no orgasmo.
Em um primeiro momento, as autoras do estudo compararam a experiência de mulheres lésbicas e heterossexuais com seu parceiro mais recente. Em seguida, compararam os resultados com mulheres bissexuais que fizeram parceria com uma mulher ou um homem em um encontro sexual hipotético.
Isso não quer dizer que, para as mulheres, o sexo com homens �� intrinsecamente pior do que o com o próprio gênero – apenas que determinadas rotinas associadas ao sexo heterossexual induzem determinadas expectativas e comportamentos durante a atividade sexual.
As pesquisadoras sugerem que a busca por roteiros sexuais flexíveis e a criação de um ambiente diversificado podem ser recursos utilizados para melhorar o prazer. "Se as mulheres, ou os homens que fazem parceria com mulheres, desejam aumentar o seu próprio orgasmo ou o de seus parceiros, devem criar um ambiente que incentive a busca do orgasmo por meio de sexo diversificado, particularmente aqueles que envolvem estimulação do clitóris", diz Kate Dickman, psicóloga pela Universidade Rutgers, nos EUA, e coautora do artigo, em comunicado.
De acordo com a pesquisadora, o estudo busca contribuir para uma melhor compreensão da “lacuna de orgasmo” entre gêneros e como as diferentes expectativas de sexo com homens e mulheres pode explicá-la.
Contudo, embora reconheçam a importância de abordar tal assunto, as autoras da pesquisa alertam que o orgasmo é apenas um aspecto da satisfação sexual. "Este estudo é apenas uma parte de uma conversa mais ampla sobre as disparidades de gênero. Nossa investigação não deve ser mal interpretada como sugerindo que o orgasmo é a única medida de uma experiência sexual satisfatória", afirma Dickman.