A dor na lombar atinge cerca de 800 milhões de pessoas no mundo — mas a atividade física pode combater o problema. Segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (19) no periódicoThe Lancet, adultos que caminham regularmente podem ficar o dobro do tempo sem recorrência desse tipo de dor na parte inferior da coluna.
A pesquisa liderada por pesquisadores da Universidade Macquarie, na Austrália, acompanhou 701 adultos que recentemente tinham se recuperado de um episódio de dor na lombar. Os participantes foram distribuídos aleatoriamente para um grupo controle ou para um grupo que participou de um programa de caminhada individual e seis sessões guiadas por fisioterapeutas ao longo de meio ano.
Em seguida, os cientistas acompanharam os indivíduos por entre um e três anos, dependendo de quando eles ingressaram no estudo.
Segundo conta em comunicado Mark Hancock, autor sênior do artigo e professor de fisioterapia da Universidade Macquarie, o grupo que fez caminhada teve menos ocorrências de dor limitadora de atividade em comparação com o grupo controle. Quem caminhou também teve um período médio mais longo antes de sofrer uma recorrência de dor lombar: 208 dias em comparação com 112 dias no grupo controle.
“Caminhar é um exercício de baixo custo, amplamente acessível e simples, que quase qualquer pessoa pode praticar, independentemente da localização geográfica, idade ou status socioeconômico”, destaca Hancock.
Conforme o pesquisador, o porquê da caminhada ser tão boa na prevenção de dor nas costas ainda é um mistério. Porém, ele acredita que uma possível explicação seja a combinação de movimentos oscilatórios suaves, carga e fortalecimento das estruturas e músculos da coluna, além do relaxamento e alívio do estresse, e da liberação de endorfinas "do bem-estar".
O professor ressalta também que caminhar traz muitos benefícios para a melhora da qualidade de vida, inclusive para a saúde cardiovascular, densidade óssea, peso saudável e a melhora da saúde mental.
Já a autora principal do artigo, Natasha Pocovi, observa que o programa de exercício pelo qual os participantes passaram foi econômico e ainda permitiu proporcioná-los períodos mais longos sem dor. “Não só melhorou a qualidade de vida das pessoas, mas também reduziu em aproximadamente metade a necessidade de procurar apoio médico e o tempo de ausência do trabalho”, afirma ela.
Com o intuito de aprofundar essa pesquisa, a equipe busca explorar como pode integrar uma abordagem preventiva no cuidado de rotina dos pacientes que sofrem com dores recorrentes a lombar.