Saúde

Por Redação Galileu

Consumidores de café têm menor risco de contrair Parkinson, segundo um novo estudo que acompanhou milhares deles ao longo de mais de duas décadas. A pesquisa divulgada neste sábado (25) pelo site Science Alert foi publicada em 23 de abril na revista Neurology.

Uma equipe internacional de cientistas coletou dados de 184.024 indivíduos. Eles eram provenientes de um grupo maior de 192.980 pessoas (coorte EPIC4PD), onde a incidência do consumo de café é de 93%. Entre os participantes, havia cidadãos de 6 países, incluindo Suécia (Umeå e Malmö), Reino Unido (Cambridge), Países Baixos (Utrecht), Alemanha (Heidelberg), Espanha (Navarra, San Sebastián, e Múrcia) e Itália (Turim, Varese, Florença e Nápoles).

Entre os 184.024 indivíduos, foram registrados 308 casos de Parkinson em homens e 285 casos em mulheres. O volume diário de consumo de café foi maior na Holanda (mediana de 500 mL/d) e menor na Itália e na Espanha (mediana de 100 mL/d para ambos os países).

Os pesquisadores então mediram os metabólitos primários da cafeína (paraxantina e teofilina), no sangue de centenas de pessoas com Parkinson que participaram do estudo e cujas amostras de plasma sanguíneo estava disponível. Eles descobriram que esses compostos podem possivelmente proteger contra a doença neurodegenerativa.

“Este estudo demonstrou uma associação inversa do consumo de café com cafeína com o risco de Parkinson numa das maiores coortes longitudinais do mundo, com mais de 20 anos de acompanhamento”, escrevem os investigadores no seu artigo.

Os pesquisadores estimaram que 25% dos maiores consumidores de café tinham 40% menos probabilidade de desenvolver Parkinson, em comparação com aqueles que não bebiam café. Já entre todos os consumidores, essa redução de risco variava entre 5 a 63%, dependendo do país.

Quando fatores como tabagismo e consumo de álcool foram considerados, a possível associação entre beber café e menor risco de Parkinson se manteve.

Os autores da pesquisa supõem que algo na cafeína e seus ingredientes possa proteger o cérebro das pessoas. Como o Parkinson é caracterizado por uma redução da dopamina e a cafeína mantém o fluxo desse neurotransmissor no cérebro, é possível ainda que aí exista uma explicação.

Mas os pesquisadores ressaltam ainda não ser possível estabelecer uma relação direta de causa e efeito entre beber café e Parkinson — e a investigação continua. “Desvendar a ação biológica da cafeína no Parkinson não só traz implicações importantes para a saúde pública, mas também melhora a nossa compreensão da etiologia da doença e promove potenciais estratégias de prevenção”, dizem os cientistas.

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