Chimpanzés correm mais riscos em apostas quando se sentem com sorte

Assim como humanos, os símios também tendem a "apostar" em situações que não têm controle caso estejam se sentindo sortudos. Entenda

Por Redação Galileu


Chimpanzé do zoológico de Los Angeles, nos Estados Unidos Wikimedia Commons

Os chimpanzés – assim como os seres humanos – sabem que confiam na sorte quando estão fazendo “apostas”. É o que propõe um estudo assinado pelos psicólogos Benjamin Jones e Josep Call, da Universidade de Saint Andrews, no Reino Unido, e publicado na revista Biology Letters nesta semana.

Em nota, a dupla explicou que a inspiração para seguir essa investigação foi a dúvida se outros animais, além dos humanos, também confiam na sorte ao fazer suposições sobre questões que não têm certeza. Para chegar a uma conclusão, o grupo conduziu testes com os parentes evolutivos mais próximos dos Homo sapiens, os chimpanzés.

A análise envolveu chimpanzés do Jardim Zoológico de Edimburgo, na Escócia. Em um testes, os bichos eram apresentados a duas xícaras: uma delas escondia um lanche, enquanto a outra não continha nada. Os animais tinham que escolher uma das duas opções.

Sorte no jogo

Em alguns testes, o chimpanzé via qual copo continha a comida. Em outros momentos, não. Depois de manifestar sua preferência, o mesmo chimpanzé tinha a oportunidade de escolher novamente. Desta vez, entre o copo que não havia sido escolhido e um copo secundário, menor, que o chimpanzé tinha a certeza de conter um lanche menor.

Foi assim que os pesquisadores observaram que, se não lhes fosse mostrado qual xícara estava escondendo a comida, a maioria dos chimpanzés era levado a escolher o copo menor, no qual a recompensa era garantida.

Na etapa seguinte, porém, os pesquisadores mudaram o cenário, acrescentando mais xícaras. Isso reduziu as chances de o animal escolher o recipiente contendo o lanche. Nesse contexto, os investigadores perceberam que as escolhas dos chimpanzés dependiam da sua taxa de sucesso na primeira execução da experiência.

Se, inicialmente, os animais escolhessem o copo errado, a probabilidade maior era de que eles escolhessem o copo menor na segunda parte do experimento. Mas, no caso em que a primeira escolha era feita corretamente, os chimpanzés tinham mais tendência em escolher outro copo de tamanho regular em vez do recipiente menor.

Com base na etapa final do experimento, os especialistas sugerem que os chimpanzés sentiram que poderiam estar em uma “maré de sorte” e preferiram apostar no “desconhecido” à certeza de receberem o lanche pequeno (representado pelo copo menor).

Esse comportamento é algo bem parecido com o que seres humanos experimentam em situações como jogos de cassino ou apostas de cartas. Ainda que as chances de se dar bem apostando sejam as mesmas do início, acumular recompensas dá a ilusão de que se está no controle das coisas -- o que tende a gerar comportamentos mais arriscados.

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