Arqueologia

Por Redação Galileu

O Homo sapiens surgiu no continente africano há mais de 300 mil anos. Os detalhes sobre sua dispersão pelo resto do mundo, contudo, ainda permanecem nebulosos para a comunidade científica: acredita-se que o homem moderno só migrou para fora da África entre 60 e 70 mil anos atrás.

Um novo estudo publicado na revista Nature Communications nesta segunda-feira (27), contudo, revela importantes informações sobre as primeiras ocupações do H. sapiens durante sua migração. Segundo os pesquisadores, evidências genéticas, paleoecológicas e arqueológicas apontam o planalto persa como uma localização geográfica crucial na fase inicial de dispersão da espécie.

“O nosso estudo multidisciplinar fornece uma visão mais coerente do passado antigo, oferecendo deslumbres sobre o período crítico entre a expansão para fora de África e a diferenciação das populações da Eurásia”, conta Michael Petraglia, pesquisador da Universidade Griffith, na Austrália, e um dos autores do artigo, em comunicado.

Ilustração que recria o planalto iraniano na época das primeira ocupações humanas — Foto: Reprodução/Mohammad Javad Shoaee
Ilustração que recria o planalto iraniano na época das primeira ocupações humanas — Foto: Reprodução/Mohammad Javad Shoaee

Segundo Petraglia, o planalto persa surge "como uma região chave, sublinhando a necessidade de futuras explorações arqueológicas". Conhecido também como planalto iraniano, o local no Oriente Médio cobre partes do Irã, Afeganistão e Paquistão.

De acordo com a agência de notícias Reuters, a ocupação do planalto foi feita por grupos de caçadores-coletores, que depois colonizaram toda a Ásia e a Europa, começando há cerca de 45 mil anos.

A alimentação desses H.sapiens consistia em plantas comestíveis e carne de animais de pequeno a grande porte, conforme Petraglia conta à Reuters. Além disso, existem indícios de que essas comunidades se abrigavam em terras baixas durante os meses mais frios e nas regiões montanhosas durante o calor.

“A descoberta elucida uma porção de 20 mil anos da história do Homo sapiens fora da África, um período durante o qual interagimos com populações de neandertais”, diz em comunicado Leonardo Vallini, da Universidade de Pádua, na Itália, e um dos autores da pesquisa. “Além disso, ela lança luz sobre as relações entre várias populações da Eurásia, fornecendo pistas cruciais para a compreensão da história demográfica da nossa espécie na Europa, Leste Asiático e Oceania.”

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