Tiros de catapulta do século 13 são descobertos em castelo britânico

Achados são registros históricos de um dos cercos mais longos da Inglaterra — uma ofensiva travada entre nobres rebeldes e o rei Henrique III na Segunda Guerra dos Barões

Por Redação Galileu


As pedras foram atiradas por catapultas durante um dos cercos mais longos da história britânica Divulgação/English Heritage

Durante a realização de obras visando melhorar a acessibilidade do Castelo de Kenilworth, na Inglaterra, uma equipe de pesquisadores descobriu oito bolas de pedra utilizadas por catapultas durante a Idade Média.

Os artefatos datam do século 13 e são evidências de um dos cercos mais longos da história do Reino Unido, quando o rei Henrique III atacou Kenilworth, que estava sob controle de rebeldes. A novidade foi divulgada em 11 de junho no Facebook pela English Heritage, instituição pública responsável pela descoberta.

Segundo a entidade, os tiros têm pesos que variam de 1kg e 105kg. “Imagine a surpresa da equipe quando desenterramos esses impressionantes projéteis de pedra com quase 800 anos”, aponta Will Wyeth, historiador da iniciativa, à rede BBC. “Conseguimos associá-los imediatamente ao cerco de 1266 devido a achados semelhantes recuperados na década de 1960”.

Mais longo cerco da Inglaterra

Para os especialistas, a dominação do castelo foi um trunfo fundamental na campanha militar dos rebeldes — Foto: Divulgação/English Heritage via Smithsonianmag

Durante 172 dias, entre 25 de junho e 13 de dezembro de 1266, o Castelo Kenilworth foi palco de constantes ataques em uma das disputas militares mais significativas do reinado de Henrique III. O conflito é considerado parte da Segunda Guerra dos Barões, eclodida em 1264, quando um grupo de nobres tentou tomar o poder da monarquia.

Anos antes do início da Guerra, os nobres da Inglaterra tentaram restringir o poder de Henrique III criando as Provisões de Oxford, que estabeleciam a responsabilidade do monarca perante um conselho de barões. Quando o rei deixou de seguir o tratado firmado, a aristocracia passou a se rebelar, liderados por Simon de Montfort, o conde de Leicester.

Ao assumir o Castelo de Kenilworth, a nobreza conseguiu um trunfo importante: seus muros protegidos. “A poderosa fortaleza, situada no coração da Inglaterra, era uma das maiores do reino", conta a English Heritage, em artigo. "Tinha sido um castelo real, e o rei João I, pai de Henrique III, gastou vastas somas fortalecendo e expandindo suas defesas externas, que incluíam um lago gigante”.

Tanto as forças reais quanto o exército dos rebeldes detinham de flechas e máquinas de cerco – como as catapultas. Por isso, ainda não foi possível identificar de qual ofensiva os tiros encontrados foram provenientes.

“As bolas da catapulta teriam causado sérios danos quando disparadas de máquinas de guerra. Os registros mostram que uma das torres de cerco de madeira de Henrique III, contendo cerca de 200 besteiros, foi destruída por apenas um míssil certeiro”, exemplifica Will Wyeth.

Os rebeldes conseguiram manter a dominação sobre o Castelo de Kenilworth durante cerca de seis meses. Mas, após tantos ataques comandados pelo rei, a rendição foi necessária devido a quadros de fome e doenças.

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