Ciência

Por Redação Galileu

Uma dupla de cientistas descobriu recentemente, nas florestas bálticas da Europa, a maior flor fossilizada de que se tem conhecimento. Eva Sadowski, do Instituto de Ciências da Evolução e da Biodiversidade, na Alemanha, e Christa-Charlotte Hofmann, do Instituto de Paleontologia na Universidade de Viena, na Áustria, identificaram a planta de 28 milímetros de diâmetro preservada em âmbar.

Encontrar organismos preservados em âmbar não é uma novidade, já que a resina pode conservar os órgãos delicados das flores e insetos por milhões de anos. No entanto, inclusões de flores são raras e geralmente não excedem 10 milímetros de tamanho.

O estudo publicado na revista Scientific Reports relata que a flor tem cerca de 40 milhões de anos e que pode ser de uma antiga planta perene (plantas que mantêm suas folhas durante todo o ano) originalmente chamada Stewartia kowalewskii. Se comparada com as outras flores fossilizadas já encontradas, esta é quase três vezes o tamanho das demais.

Ao que tudo indica a flor é datada do final do Eoceno, entre 38 milhões e 33,9 milhões de anos atrás, e foi descrita pela primeira vez há mais de 150 anos.

Identificação

Essas inclusões são raras no registro fóssil e, portanto, podem fornecer novas informações sobre paleoecossistemas e sua biota desde o período Triássico até o Cenozoico. Normalmente apenas de 1% a 3% de todas as inclusões do âmbar do Eoceno Báltico são de origem botânica.

O fóssil foi identificado pela primeira vez como Stewartia kowalewskii, sendo brevemente descrito como uma corola pentâmera bem preservada de 28 milímetros de diâmetro com estames anexados. Desde então, a inclusão floral foi frequentemente mencionada por diversos autores. No entanto, nunca foi documentada em detalhes ou teve sua identificação avaliada — até o momento.

No novo estudo, a análise do pólen extraído das anteras da inclusão floral revelou fortes afinidades com espécies asiáticas de Symplocos (Symplocaceae).

“Este fóssil representa o primeiro registro de Symplocaceae do âmbar do Báltico e apoia as afinidades de sua flora com as florestas mesofíticas sempre verdes de folhas largas e mistas do atual leste e sudeste da Ásia”, relatam as pesquisadoras no relatório.

Elas sugerem que o tamanho raro da S. kowalewskii é provavelmente devido a um grande derramamento de resina que teria envolvido a flor. As propriedades da resina teriam ajudado a evitar que organismos crescessem na flor e causassem danos.

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