Alterações no fundo do mar costumam aparecer como pequenas mudanças na superfície do oceano. Montanhas, por exemplo, criam um “calombo” praticamente imperceptível no oceano – por isso, não é tão fácil localizá-las. Apesar dessa dificuldade, a organização Schmidt Ocean Institute divulgou, nesta quinta-feira (8), a descoberta de quatro montanhas submarinas.
As quatro montanhas submarinas foram encontradas durante uma expedição que faz parte do projeto Seabed 2030, que tem como objetivo mapear todo o fundo do mar – havendo ainda cerca de 75% do oceano a ser investigado.
Três das montanhas estão na região do Peru e medem 1,5 mil metros, 1,6 mil metros e 1,8 mil metros. A quarta e maior montanha submarina localizada pelos pesquisadores está no Chile e tem 2,6 mil metros – três vezes mais do que o prédio mais alto do mundo, o Burj Khalifa, em Dubai, que tem 828 metros.
Segundo o instituto, montanhas submarinas são vulcões extintos. Devido ao seu tamanho, foram capazes de alterar sutilmente o nível do oceano, gerando anomalias gravitacionais detectadas por satélites. “Examinar anomalias gravitacionais é uma forma sofisticada de dizer que procuramos por calombos em um mapa”, esclarece o pesquisador John Fulmer em nota.
“O mapeamento oceânico é crucial para o nosso entendimento do planeta e, como consequência, para a nossa capacidade de assegurar sua proteção e uma gestão sustentável”, defende Jamie McMichael-Phillips, diretor do projeto.
![Pesquisadores analisam dados sobre a profundidade do oceano — Foto: Mónika Naranjo-Shepherd/Schmidt Ocean Institute](https://cdn.statically.io/img/s2-galileu.glbimg.com/0vVgX9bsAjcwyrmchX-xGzcaTOo=/0x0:1200x675/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_fde5cd494fb04473a83fa5fd57ad4542/internal_photos/bs/2024/S/Z/3BZB9XTbqCQYaNBXiHcg/researchers-found-the-new-seamounts-using-gravitational-anomalies.-image-credit-schmidt-ocean-institute.jpg)
A descoberta pode também fomentar outros achados, uma vez que montanhas submarinas frequentemente abrigam recifes de corais, esponjas e anêmonas, além de atraírem crustáceos, peixes, cefalópodes e tubarões. “Localizar montes submarinos quase sempre nos leva a hotspots de biodiversidade pouco estudados”, ressalta Jyotika Virmani, diretora executiva do Schmidt Ocean Institute.