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Por Redação Galileu

Pesquisadores analisaram a composição de detritos deixados pela bomba atômica que devastou Hiroshima, no Japão, durante os estágios finais da Segunda Guerra Mundial, em agosto de 1945.

Os especialistas descobriram que resquícios em forma de esferas semelhantes a vidro, conhecidos como “vidros de Hiroshima”, podem ajudá-los a entender as origens do Sistema Solar. Os especialistas publicaram a conclusão na revista Earth and Planetary Science Letters em 15 de janeiro.

Segundo divulgou hoje (29) o site Science Alert, os os autores do estudo queriam investigar a princípio como teriam se originado os vidros deixados pelo ataque nuclear. Após uma série de análises, os cientistas concluíram que os materiais se formaram principalmente a partir da condensação que ocorreu dentro da “bola de fogo” causada pela explosão nuclear.

Mais do que isso, eles notaram que tal processo teria semelhanças com a formação das inclusões ricas em cálcio e alumínio (CAIs), que estão associadas a meteoritos primitivos e correspondem aos primeiros sólidos (ou condensados) do Sistema Solar.

Basicamente, os pesquisadores acreditam que os vidros de Hiroshima sejam resultados de uma rápida condensação (entre 1,5 e 5,5 segundos) ocorrida a uma elevadíssima temperatura (de 720 a 3 mil ºC) dentro da bola de fogo criada pela bomba atômica, conforme relata o site Phys.org.

Exemplos de vidros de Hiroshima vistos a partir de microscópios — Foto: Asset et al, 2024
Exemplos de vidros de Hiroshima vistos a partir de microscópios — Foto: Asset et al, 2024

Os tipos de vidros

O concreto e o aço dos prédios japoneses teriam sido queimados devido ao calor extremo e, em seguida, resfriados e se misturado a outros componentes (como areia, água e a própria atmosfera), dando origem a quatro tipos de vidros de Hiroshima. Embora apresentem diferenças, os quatro tipos têm um ponto em comum: composições consideradas peculiares de oxigênio e silício.

Esse aspecto chamou atenção dos cientistas, uma vez que as inclusões ricas em cálcio e alumínio de meteoritos primitivos (denominados condritos) contêm muitos isótopos oxigênio-16. Uma das teorias sobre a formação desses isótopos está relacionada à condensação de poeira interestelar e gás de nebulosas, que se tornaram líquidos e, posteriormente, sólidos. Tal hipótese ainda não foi muito estudada. Portanto, os vidros de Hiroshima podem ajudar a aprofundar a ideia.

Os cientistas reconhecem também que existem várias diferenças significativas entre os casos de Hiroshima e do Sistema Solar, segundo destaca o ScienceAlert. Há distinções, por exemplo, quanto às características de pressão, temperatura, duração e misturas gasosas.

Mesmo assim, os pesquisadores enxergam semelhanças (como o enriquecimento com isótopos de oxigênio) e acreditam que os vidros de Hiroshima podem auxiliar na compreensão das reações químicas que acontecem durante a condensação.

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