Espaço

Por Redação Galilleu

Ao procurarem pela luz emitida por grãos de poeira no espaço galáctico, astrônomos fizeram a detecção mais distante do campo magnético de uma galáxia. O feito foi publicado nesta quarta-feira (6), na revista Nature.

As galáxias estão repletas de "grãos" de poeira e, quando um campo magnético está presente, essas partículas tendem a se alinhar e a luz que emitem fica polarizada. Isso significa que as ondas de luz oscilam ao longo de uma direção específica, em vez de aleatoriamente.

Sabendo disso, astrônomos usaram o telescópio Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (Alma), no Chile, para detectar e mapear um sinal polarizado vindo da galáxia 9io9. Assim, eles confirmaram a presença de um campo magnético em uma galáxia distante pela primeira vez.

A galáxia 9io9 fica tão longe que sua luz demorou mais de 11 bilhões de anos para chegar até nós. Os cientistas a observaram quando o Universo tinha apenas 2,5 bilhões de anos, o que corresponde a apenas 20% de sua idade atual.

Apesar de estar bem longe, o campo magnético de 9io9 é semelhante em estrutura ao que é observado em galáxias próximas. Essa região do espaço é cerca de mil vezes mais fraca que o campo da Terra, mas se estende por mais de 16 mil anos-luz.

“Muitas pessoas podem não estar cientes de que toda a nossa galáxia e outras galáxias estão repletas de campos magnéticos, abrangendo dezenas de milhares de anos-luz”, observa James Geach, professor de astrofísica na Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido, e autor principal do estudo, em comunicado.

Visão infravermelha da galáxia distante 9io9, vista aqui como um arco avermelhado curvado em torno de uma galáxia próxima e brilhante — Foto: ESO/J. Geach et al.
Visão infravermelha da galáxia distante 9io9, vista aqui como um arco avermelhado curvado em torno de uma galáxia próxima e brilhante — Foto: ESO/J. Geach et al.

Segundo Enrique Lopez Rodriguez, investigador da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, que também participou no estudo, pouco se sabe sobre a formação desses campos, apesar dessas regiões serem fundamentais para como as galáxias evoluem. “Essa descoberta nos dá novas pistas sobre como os campos magnéticos na escala galáctica são formados”, ele destaca.

Os cientistas não sabem ao certo com que rapidez essa formação ocorre, pois até agora astrônomos só mapearam campos magnéticos em galáxias próximas de nós. A nova observação sugere que esse processo pode acontecer rapidamente enquanto galáxias jovens ainda estão em crescimento.

A aceleração dos campos pode ter ocorrido devido a uma intensa formação estelar no início do Universo. Além disso, os campos magnéticos podem influenciar a maneira como as gerações posteriores de estrelas se formarão.

Para o coautor da pesquisa, Rob Ivison, astrônomo do Observatório Europeu do Sul (ESO), que é parceiro do Alma, a nova detecção ajuda na compressão das galáxias. Ele afirma que o feito abre “uma nova janela para o funcionamento interno das galáxias, porque os campos magnéticos estão ligados ao material que está formando novas estrelas.”

Confira um vídeo (em iglês) que explica a detecção mais distante do campo magnético de uma galáxia:

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