Arqueologia

Por Redação Galileu

Conservadores em Edimburgo passaram semanas reconstruindo um braço de armadura romana a partir de dezenas de fragmentos. A peça excepcionalmente rara pertence à coleção dos Museus Nacionais da Escócia, que divulgou a novidade no último dia 21 de janeiro.

O braço de latão datado da metade do século 2 d.C. será apresentado em sua totalidade pela primeira vez em quase 2 mil anos quando for emprestado ao Museu Britânico, em Londres, para a grande exposição Legion: Life in the Roman army ("Legião: vida no exército romano"), que ocorre de 1º de fevereiro a 23 de junho.

O artefato é apenas um dos apenas três braços de armadura conhecidos de todo o Império Romano e se destaca por seu estado de conservação. "Único exemplo intacto de seu tipo, ele foi cuidadosamente reconstruído por nossos conservadores, que passaram semanas remontando mais de 100 fragmentos", disseram os Museus Nacionais da Escócia em uma publicação no Twitter.

Os pedaços de armadura, que incluem restos de correias de couro ainda presas ao metal, foram encontrados no forte Trimontium, perto de Melrose, em 1906. Há mais de um século, os fragmentos estão sob a posse dos Museus Nacionais da Escócia.

A seção superior do braço está em exibição no Museu Nacional da Escócia há 25 anos, com a parte inferior emprestada ao Museu Trimontium e dezenas de fragmentos armazenados no Centro de Coleção dos Museus Nacionais.

Inicialmente, especialistas acreditavam que os pedaços eram de uma armadura corporal; depois, eles supuseram que era uma proteção de coxa para um cavaleiro. Foi apenas nos últimos anos que eles entenderam que aquilo eram partes do guarda-braço de um soldado romano.

A proteção de braço começa do ombro e termina em uma fina placa de metal que teria protegido a mão do usuário — um design que pode ter sido inspirado no equipamento usado pelos gladiadores que lutavam na arena.

A peça foi muito usada por gladiadores romanos, mas é incomum vê-la como uma proteção para os soldados do império, segundo conta em comunicado Richard Abdy, curador de moedas romanas e da Idade do Ferro no Museu Britânico. "A imagem de soldados romanos e gladiadores se unem adequadamente em um artefato — duas vertentes características do lado sombrio da civilização romana que há muito fascinam a imaginação pública", ele avalia.

Para Fraser Hunter, curador nos Museus Nacionais da Escócia, agora que o braço foi reconstruído, é possível até imaginar o legionário que o usava. "Era tanto uma proteção quanto um símbolo de status — o latão era caro e teria brilhado como ouro no braço em que ele empunhava a espada", ele afirma.

Bethan Bryan, conservadora assistente de artefatos nos Museus Nacionais da Escócia, destaca o cuidado empregado para reconstruir esse "quebra-cabeça antigo". "Era importante garantir que pudéssemos exibir a peça da maneira mais próxima possível de como ela pareceria há 2 mil anos", diz a especialista. "Estou emocionada por ela poder ser vista pelo público agora, sob uma nova luz, e ter sido preservada para as gerações futuras a apreciarem".

Após a exposição no Museu Britânico, a proteção de braço será exibida permanentemente no Museu Nacional da Escócia.

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