• Redação Galileu
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Vista aérea de duas tumbas etruscas do século 6 d.C., em Etruria, onde alguns dos restos humanos analisados no estudo foram escavados (Foto: Paolo Nannini)

Vista aérea de duas tumbas etruscas do século 6 d.C., em Etruria, onde alguns dos restos humanos analisados no estudo foram escavados (Foto: Paolo Nannini)

Considerada um mistério durante milênios, a origem da civilização etrusca nunca foi tão detalhada como em um novo estudo publicado na última sexta-feira (24) no periódico Science Advances. Nele, uma equipe internacional de pesquisadores revela os resultados da análise do genoma de 82 indivíduos e confirma que o povo compartilhava o perfil genético com latinos que viviam nas proximidades da Roma antiga.

A partir dos dados coletados em 12 sítios arqueológicos no centro e sul da Itália, acredita-se que os ancestrais dos etruscos tenham migrado para a região durante a Idade do Bronze. Um fator, no entanto, permanece um mistério para os estudiosos.

Os chamados pastores das estepes, de quem os etruscos teriam descendido, são considerados os responsáveis pela disseminação de línguas indo-europeias. Mas o povo tido por muitos como o fundador de Roma mantinha sua comunicação através de uma linguagem completamente diferente (não indo-europeia).

Isso, por si só, era um dos desafios na investigação da origem do povo. "Essa persistência linguística, combinada com uma rotatividade genética, desafia suposições simples de que os genes igualam as línguas", diz David Caramelli, professor da Universidade de Florença, em comunicado.

O DNA antigo também mostrou que o Império Romano influenciou na genética da população etrusca, que viu a mistura entre pessoas do Mediterrâneo oriental e a população italiana após a importação romana de escravos e soldados.

Após a queda do Império Romano, os perfis genéticos sofreram nova mudança graças à presença de ancestrais do norte da Europa na península itálica, motivada pela invasão dos lombardos. Mas desde 1.000 d.C, o genoma de pessoas nas regiões da Toscana, Lazio e Basilicata parece ter permanecido inalterado, o que pode ser uma tendência ainda na Roma atual. Os pesquisadores acreditam que estudos futuros poderão comprovar e justificar essa informação.