Arqueologia

Por Redação Galileu

Arqueólogos descobriram um projétil de artilharia de 160 anos atrás ainda ativo em um campo de batalha histórico no distrito de Gettysburg no estado norte-americano da Pensilvânia. O explosivo teve que ser detonado por uma equipe treinada do Exército dos Estados Unidos.

A descoberta foi relatada no último dia 8 de fevereiro em uma postagem no Facebook do Parque Nacional Militar de Gettysburg. Segundo a publicação, “este projétil de artilharia foi encontrado dentro da área do projeto de reabilitação Little Round Top” naquele mesmo dia.

Naquela área está uma colina que ofereceu às forças da União, representantes do norte do país, uma posição estratégica durante a Guerra Civil norte-americana, ocorrida de 1861 a 1865. Em 2 de julho de 1863, segundo dos três dias da Batalha de Gettysburg, o Norte e o Sul lutaram por 90 minutos para controlar Little Round Top, deixando milhares de soldados mortos.

O achado do projétil faz parte de um projeto de reabilitação de 18 meses que está ocorrendo atualmente no sítio, enquanto o Parque Nacional Militar de Gettysburg trabalha para preservar e proteger a paisagem do campo de batalha e adicionar nova sinalização para visitantes.

Na ocasião da descoberta, o arqueólogo Steven Brann e sua equipe da Stantec, uma empresa de consultoria que também realiza trabalhos arqueológicos, estavam varrendo a área com detectores de metal quando atingiram algo a quase 0,6 metro de profundidade.

“É um procedimento padrão usar detectores de metal em campos de batalha”, disse Brann ao site Live Science por e-mail.

A bala não detonada tinha cerca de 18 cm de comprimento e pesava aproximadamente 4,5 quilos. De acordo com Brann, a maioria dos objetos encontrados pela equipe são muito menores, como dispositivos de ignição por percussão, balas e botões de uniformes. "Muito do que encontramos acaba sendo lixo moderno ou objetos que foram descartados durante a construção de monumentos, como pedaços de ferro e pregos”, ele informa.

“Existem procedimentos para o caso de tais objetos serem encontrados”, acrescenta Brann. No caso, a 55ª Companhia de Eliminação de Artilharia Explosiva (EOD) do Exército de Fort Belvoir, na Virgínia, foi chamada para remover o projétil e destruí-lo com segurança.

“A munição não detonada ainda encontrada no campo de batalha é uma circunstância bastante única”, avalia Jason Martz, porta-voz do Parque Nacional Militar de Gettysburg, ao Live Science. "É apenas o quinto encontrado desde 1980."

Conforme o porta-voz, o trabalho é sempre concluído por profissionais antes que ocorra qualquer perturbação do solo. “É uma ofensa federal cavar ou detectar metais para esses itens pelo público em geral”, conta. “No entanto, esse projétil em particular ainda não nos contou toda a sua história".

O capitão Matthew Booker, comandante do EOD, identificou que o objeto servia para ser usado em um canhão raiado, uma arma experimental testada em campo pelas tropas da União e da Confederação, de acordo com o Serviço Nacional de Parques dos EUA.

O projétil continua sendo pesquisado, assim como seu local de descoberta. Os especialistas querem descobrir, entre outras informações, por qual dos lados inimigos ele foi disparado.

“O fato de este projétil ter sido encontrado quase 160 anos após a Batalha de Gettysburg é uma conexão muito poderosa e tangível com o passado”, disse Martz. "Também nos lembra que o campo de batalha ainda tem histórias para contar”.

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