• Redação Galileu
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Manter uso da máscara após bater meta de vacinação pode ajudar a economia (Foto:  Ehsan ahmadnejad/Unsplash)

Manter uso da máscara após bater meta de vacinação pode ajudar a economia (Foto: Ehsan ahmadnejad/Unsplash)

Um estudo com simulações de cenários nos Estados Unidos concluiu que prolongar o uso de máscara entre duas e 10 semanas após atingir metas de vacinação contra a Covid-19 pode ser benéfico para a economia. O resultado está em um artigo publicado na revista The Lancet Public Health na última segunda-feira (8)






A pesquisa desenhou um contexto no qual a população norte-americana continuaria o uso da proteção facial com a mesma frequência elevada que fazia entre março e julho de 2020. Nesse caso, seria possível economizar bilhões de dólares em custos sociais e de saúde, reduzindo também hospitalizações e mortes por Covid-19.

Para chegar a isso, os autores do estudo desenvolveram um modelo computacional que avaliou o impacto da doença em mais de 327 milhões de pessoas nos EUA. Eles estabeleceram diferentes possibilidades de manutenção do uso da máscara antes e depois de diversos níveis de cobertura vacinal serem alcançados. 

Em todas as simulações foi mais econômico manter o uso da proteção de duas a 10 semanas após atingir as metas de vacinação. A economia era mantida sempre que o custo individual da máscara por dia era menor que US$ 1,25. Entre os meses de março e julho de 2020, o valor diário por pessoa para usar máscaras PFF2, cirúrgicas e de pano foi de US$ 0,32.

Outra questão é que, quanto menor a cobertura vacinal, maiores as vantagens de continuar usando máscara. Se a cobertura chegar a 90% nos EUA até 1º de maio de 2022, por exemplo, a estimativa é que manter a proteção no rosto gere uma economia de US$ 13,3 bilhões em custos sociais e US$ 2,4 bilhões em custos médicos diretos. A medida também pode evitar  6,29 milhões de casos de Covid-19, mais de 136 mil hospitalizações e 16 mil mortes.

Já se for alcançada uma cobertura um pouco menor, de 80%, será possível economizar US$ 16,7 bilhões em custos sociais, US$ 2,9 bilhões em custos médicos diretos, além de prevenir 7,66 milhões de casos, quase 175 mil hospitalizações e 20,5 mil mortes.

Segundo a pesquisa, a manutenção dessa medida também fica ainda mais econômica se considerado o surgimento de variantes mais transmissíveis do Sars-CoV-2, assim como a redução de eficácia das vacinas.






Conforme explica Bruce Y. Lee, autor sênior do estudo, somente a vacinação não é suficiente para controlar a pandemia. “Nosso modelo representa a população dos EUA, mas a amplitude e a escala dos cenários simulados significam que os resultados também são aplicáveis ​​a outros países”, ressalta o cientista, em comunicado

Peter Hotez, da Escola Nacional de Medicina Tropical do Baylor College of Medicine, comenta que as descobertas oferecem um tipo de “luz no fim do túnel”, sugerindo que “o uso de máscaras faciais não precisa continuar para sempre”. Ainda assim, Hotez reforça que a proteção continua sendo uma importante medida para impedir a propagação do coronavírus.