• Larissa Lopes*
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Mário de Andrade (Foto: By Michelle Rizzo (1869-1929) [Public domain], via Wikimedia Commons)

Mário de Andrade (Foto: By Michelle Rizzo (1869-1929) [Public domain], via Wikimedia Commons)

Escritor, poeta, ensaísta, musicólogo. Não faltam habilidades para justificar notoriedade de Mário de Andrade, figura importante para construção da identidade da arte brasileira.

Em homenagem ao autor de obras como Paulicéia Desvairada (1922), Amar, verbo intransitivo (1927) e Macunaíma (1928), a GALILEU relembra sua vida em sete curiosidades. Confira abaixo:

1. Era um dos vanguardistas do modernismo brasileiro
Foi inspirado no modernismo europeu que Mário de Andrade, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia organizaram a Semana de Arte Moderna de 1922. Juntos, ficaram conhecidos como Grupo dos Cinco.

Outro movimento apoiado por Mário foi o antropofágico. Em sua casa, Oswald de Andrade leu pela primeira vez o Manifesto Antropófago, que criticava a dependência cultural do Brasil.

2. Dedicou-se à música…
Além do seu reconhecido talento para a literatura, Mário foi também um grande conhecedor de música. Ingressou no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo em 1911, onde mais tarde veio a lecionar.

A princípio, sua vontade era ser pianista, mas, após a morte de seu irmão Renato, de 14 anos, começou a sentir as mãos tremerem, e então se enveredou pela literatura. Continuou, estudando teoria musical e canto e, em 1928, publicou Ensaio Sobre a Música Brasileira, obra que inspirou alguns dos maiores compositores da música contemporânea brasileira, como Heitor Villa-Lobos e Camargo Guarnieri.

3. ... e à fotografia
Entre 1923 e 1931, Mário se dedicou também à fotografia. Com sua Kodak, capturou a essência das cidades históricas de Minas Gerais e das paisagens de São Paulo. Tudo sob uma visão modernista.

4. Atuou em políticas públicas
Entre 1935 e 1938, Mário dirigiu o Departamento de Cultura do Município de São Paulo, onde esteve a frente de projetos para a Biblioteca Municipal (agora chamada de Biblioteca Mário de Andrade), a Discoteca Pública e parques da cidade.

Nesse período, também criou a proposta que fundaria o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que mais tarde se tornou um instituto autárquico de preservação patrimonial do Ministério da Cultura.

Em 1938, assumiu a direção do Instituto de Artes da atual Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

5. Por toda a sua vida, teve que reprimir sua sexualidade
Foi apenas em 2015, através de um pedido feito pelo jornalista Marcelo Bortoloti, então da Revista Época, via Lei de Acesso à Informação, que a Controladoria-Geral da União determinou que uma carta de Mário de Andrade para Manuel Bandeira deveria ser revelada ao público.

Desde 1995, a Fundação Casa de Rui Barbosa resistia em divulgá-la porque nela Mário assumia para seu amigo sua homossexualidade.

A escritora Rachel de Queiroz chegou a comentar a homossexulidade do colega em sua autobiografia, onde confirmou o preconceito que Mário sofria.

Já o jornalista Jason Tércio, que está escrevendo uma biografia sobre Mário, acredita que, na verdade, o poeta era bissexual, pois tinha uma paixão platônica por Tarsila do Amaral.

6. Já estampou notas
Em 1993, Mário de Andrade estampou as notas de 500 mil cruzeiros, um pouco antes da moeda ser extinta. A homenagem traz várias referências ao seu trabalho, incluindo a fotografia “Sombra Minha” e o último verso do poema “Eu sou trezentos”.

7. Sua obra está em domínio público
Desde o dia 1° de janeiro de 2016, toda a obra de Mário de Andrade passou a ser de domínio público. Isso significa que ela pode ser publicada, copiada, adaptada e reproduzida livremente. Aqui no Brasil, uma obra passa a ser pública a partir do primeiro dia do ano seguinte aos 70 anos da morte do autor.

*Com a supervisão de Thiago Tanji