• Redação Galileu
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Anvisa aprova testes de duas novas vacinas contra Covid-19 (Foto: Mat Napo/Unsplash)

Anvisa aprova testes de duas novas vacinas contra Covid-19 (Foto: Mat Napo/Unsplash)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) comunicou nesta quarta-feira (14) a aprovação de duas pesquisas clínicas de vacinas contra a Covid-19 que estão sendo desenvolvidas na China e no Reino Unido e agora poderão contar com voluntários brasileiros para as fases 2 e 3 dos ensaios clínicos.

Uma delas é coordenada pelo Instituto de Biologia Médica da Academia Chinesa de Ciências Médicas. Com ensaio clínico em fase 3, os pesquisadores pretendem avaliar a eficácia e a imunogenicidade — o potencial de uma substância em provocar respostas imunes — de uma vacina com vírus inativado, mesmo mecanismo utilizado na CoronaVac. Essa tecnologia consiste em multiplicar o vírus e, em seguida, inativá-lo com um produto químico ou com calor. Uma vez no corpo, o microrganismo estimulará o sistema de defesa a combater o vírus real em caso de infecção.

A imunização prevista com a nova candidata chinesa inclui duas doses que devem ser aplicadas com um intervalo de 14 dias. A pesquisa conta agora com voluntários de cinco países: Brasil, Bangladesh, China, Malásia e México, totalizando mais de 34 mil participantes que receberão as doses ou um placebo.

A Anvisa avalia que ainda há uma grande parcela da população brasileira não vacinada, portanto o método do uso de placebo continua sendo considerado adequado para a investigação sobre segurança e eficácia do imunizante “desde que se leve em conta a possibilidade de acesso dos voluntários às vacinas disponíveis em um curto período”, afirma o órgão, em nota.

O instituto chinês incluirá no ensaio clínico quase 8 mil brasileiros com 18 anos ou mais que sejam habitantes de Goiás, Rio de Janeiro, Santa Catarina ou São Paulo.

"Nova" AstraZeneca

A outra pesquisa refere-se a uma nova candidata da farmacêutica britânica AstraZeneca, que já tem um imunizante em uso no país e produzido Fiocruz, a AZD1222. A tecnologia do segundo imunizante (AZD2816), repete a tecnologia do anterior: ele contém um adenovírus enfraquecido e modificado com instruções para produzir a proteína spike do Sars-CoV-2. Assim, o sistema imunológico responde ao adenovírus criando também anticorpos capazes de combater o coronavírus.

O estudo de fases 2 e 3 serão realizados com participantes de 18 anos ou mais, mas diferentemente da pesquisa da candidata chinesa, os ensaios clínicos da AstraZeneca pretendem avaliar o imunizante em pessoas previamente vacinadas, além das não vacinadas.

A AZD2816 é uma nova versão da AZD1222, que foi modificada para fornecer imunidade também contra a variante Beta, identificada pela primeira vez na África do Sul. O estudo deve investigar a eficácia de uma terceira dose aplicada após duas da AstraZeneca ou de um imunizante de mRNA, como o da Pfizer.

No total, a pesquisa prevê a participação de 800 brasileiros de três grupos distintos: pessoas que já receberam as duas doses da AZD1222 ou de uma vacina de mRNA; aqueles que tomaram a primeira dose da vacina da AstraZeneca aprovada no Brasil; ou quem ainda não está vacinado com qualquer produto. Os estados incluídos no ensaio são Bahia, Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo.

No caso dos já imunizados com duas doses, é preciso que a segunda aplicação tenha acontecido pelo menos três meses antes do estudo, que soma 2.475 voluntários no Reino Unido, África do Sul e Polônia, além do Brasil.