• Redação Galileu
Atualizado em
Imagem retirada em 8 de outubro de 2022 mostra os detritos explodidos da superfície de Dimorphos 285 horas depois da colisão  (Foto:  NASA/ESA/STScI/Hubble)

Imagem tirada em 8 de outubro de 2022 mostra os detritos explodidos da superfície de Dimorphos 285 horas depois da colisão (Foto: NASA/ESA/STScI/Hubble)

No último dia 26 de setembro, uma colisão entre o asteroide Dimorphos e uma espaçonave da Nasa foi feita propositalmente como teste para verificar se o impacto cinético poderia modificar a rota de uma rocha espacial.

O processo foi registrado simultaneamente pelos telescópios Hubble e James Webb, e faz parte do programa de defesa planetária da agência espacial dos EUA que visa proteger a Terra de possíveis impactos.

Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (11), a Nasa confirmou que a alteração da órbita após o choque ocorreu com sucesso. Essa é a primeira vez que a humanidade altera propositalmente o movimento de um objeto celeste, e é a primeira demonstração da tecnologia de deflexão de asteroides.

“Essa missão mostra que a Nasa busca estar pronta para o que quer que o Universo nos jogue", declarou o administrador da agência, Bill Nelson, segundo comunicado. “Este é um momento decisivo para a defesa planetária e toda a humanidade.”

Antes da colisão, a agência espacial havia definido o período mínimo de 73 segundos como uma mudança bem-sucedida da órbita de Dimorphos ao redor do também asteroide Didymos. Na prática, a meta foi superada em mais de 25 vezes. 

Agora, o foco da Nasa será medir a eficiência da transferência de impulso da colisão, que foi de aproximadamente 22.530 km/h. Isso inclui uma análise mais aprofundada do "ejecta", isto é, as muitas toneladas de rochas deslocadas e lançadas no espaço pelo impacto.

O recuo dessa explosão de detritos aumentou substancialmente o impulso da espaçonave Double Asteroid Redirection Test (Dart) contra Dimorphos. Segundo a Nasa, é como se um jato de ar saindo de um balão o enviasse para a direção oposta.

Para entender o sucesso desse recuo, porém, é necessário coletar mais informações sobre as propriedades físicas do asteroide, como características de sua superfície.

 Última imagem da superfície do asteroide Dimorphos, vista pelo DART dois segundos antes do impacto. (Foto: NASA/Johns Hopkins APL)

Última imagem da superfície do asteroide Dimorphos, vista pelo DART dois segundos antes do impacto. (Foto: NASA/Johns Hopkins APL)

“À medida que novos dados chegam a cada dia, os astrônomos poderão avaliar melhor se e como uma missão como a Dart pode ser usada no futuro para ajudar a proteger a Terra de uma colisão com um asteroide, se descobrirmos um vindo em nossa direção”, comenta Lori Glaze, diretora da Divisão de Ciência Planetária da Nasa, em Washington.

Em 2026, outro projeto irá auxiliar na coleta de informações sobre massa e outras características do asteroide: Hera. Essa será uma missão da Agência Espacial Europeia (ESA) cujo objetivo é realizar pesquisas detalhadas sobre o Dimorphos e Didymos, com foco particular na cratera deixada pela colisão da com a nave Dart.