• Redação Galileu
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Nebulosa Pa30, que está em torno da  Estrela de Parker, se encaixa no perfil da supernova visualizada há 900 anos (Foto: Universidade de Manchester)

A nebulosa Pa30, que está em torno da Estrela de Parker, e se encaixa no perfil da supernova visualizada há 900 anos (Foto: Universidade de Manchester)

No último milênio, houve apenas cinco registros de supernovas brilhantes na Via Láctea. Uma dessas explosões estelares, apelidada de "Estrela Convidada Chinesa", foi avistada pela primeira vez em 1181 d.C, na China. Após 840 anos sem ninguém ter vestígios do fenômeno, cientistas finalmente conseguiram localizá-lo.






Em um estudo publicado nesta quarta-feira (15), no jornal científico The Astrophysical Journal Letters, a equipe internacional de pesquisadores aponta que a origem da supernova, identificada como SN 1181, é uma nebulosa chamada Pa30, que está em torno de uma das estrelas mais quentes da Via Láctea, a Estrela de Parker.

No século 12, quando a supernova foi detectada originalmente, astrônomos chineses e japoneses registraram apenas uma localização aproximada dela. Na época, eles relataram que a explosão estelar era tão brilhante quanto o planeta Saturno e que ela permaneceu visível por seis meses.

No novo estudo, os pesquisadores indicam que Pa30 está se expandindo a uma velocidade de mais de 1,1 mil quilômetros por segundo. Essa rapidez impressionante equivale ao mesmo que viajar da Terra até a Lua em apenas cinco minutos. E a rápida expansão é sinal também de que a nebulosa tem idade de cerca de 1 mil anos.

Tanto a idade, quanto a localização e o perfil de Pa30 condiz com a supernova vista no século 12, segundo os astrônomos. Os relatos históricos do período também dizem que o mistério estava entre duas constelações chinesas, Chuanshe e Huagai, que se encaixam perfeitamente na posição da Estrela de Parker.

Estudos anteriores apontaram que Pa30 e essa estrela se formaram após a fusão de duas anãs brancas, criando uma rara supernova do tipo lax. “Apenas cerca de 10% das supernovas são desse tipo e elas não são bem compreendidas”, conta Albert Zijlstra, coautor da pesquisa, em comunicado. “O fato de SN1181 ter sido fraca, mas desbotado muito lentamente, se encaixa neste tipo”, reforça.






De acordo com o especialista, que atua na Universidade de Manchester, na Inglaterra, a descoberta representa a única supernova do tipo lax a qual cientistas conseguiram obter detalhes de sua estrela remanescente e de sua nebulosa. “É bom ser capaz de resolver um mistério histórico e astronômico”, comenta Zijlstra.