• Redação Galileu
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Pesquisadores descobrem novos vírus no intestino humano (Foto: CDC / Unsplash)

Pesquisadores descobrem novos vírus no intestino humano (Foto: CDC / Unsplash)

Pesquisadores do Instituto Wellcome Sanger e do Instituto de Bioinformática do Laboratório Europeu de Biologia Molecular identificaram mais de 140 mil espécies de vírus que vivem no intestino humano, sendo que mais da metade delas nunca foram observadas antes.

O artigo, publicado nesta quinta-feira (18) na revista Cell, analisa mais de 28 mil amostras do microbioma intestinal coletadas em diferentes partes do mundo. O número e a diversidade dos vírus encontrados pelos pesquisadores foram surpreendentemente altos. Esses dados abrem caminhos para novas pesquisas e para uma melhor compreensão de como os vírus que vivem no intestino afetam a nossa saúde.

O intestino humano é um ambiente com uma incrível biodiversidade. Bactérias e centenas de milhares de vírus chamados bacteriófagos, que podem infectar bactérias, também vivem no órgão.

"É importante lembrar que nem todos os vírus são prejudiciais, mas representam um componente integrante do ecossistema intestinal", disse, em nota, Alexandre Almeida, pós-doutorado do Laboratório Europeu de Biologia Molecular e do Instituto Wellcome Sanger, "A maioria dos vírus encontrados têm DNA como material genético, diferentemente dos patógenos que a maioria das pessoas conhecem, como o Sars-CoV-2 ou o Zika, que são vírus de RNA. Em segundo lugar, essas amostras vieram principalmente de indivíduos saudáveis ​​que não compartilhavam nenhuma doença específica."

Entre as dezenas de milhares de vírus descobertos, um novo clado altamente prevalente — um grupo de vírus que pode ter um ancestral comum — foi identificado, ao qual os autores se referem como Gubaphage. Este foi o segundo clado de vírus mais prevalente no intestino humano — depois do crAssphage, que foi descoberto em 2014 —, porém, serão necessários mais estudos para descobrir suas funções.