• Redação Galileu
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A imagem mostra o anticorpo verde ligado às proteínas NS1 do zika (vermelho) e da dengue (azul) (Foto: Daniel Watterson)

A imagem mostra o anticorpo verde ligado às proteínas NS1 do zika (vermelho) e da dengue (azul) (Foto: Daniel Watterson)

Cientistas da Universidade de Queensland, na Austrália, vêm trabalhando no estudo de um anticorpo que seria capaz de inibir os vírus da dengue, da zika e da febre do Nilo Ocidental. A proteína NS1 aumentou os índices de sobrevivência em testes laboratoriais e reduziu a presença dos microrganismos no sangue. 

Segundo Daniel Watterson, a NS1 foi descoberta em 2015, após o surto de Zika que assolou o Brasil e diversos outros países. "Agora mostramos pela primeira vez que um único anticorpo NS1 pode proteger contra diversos flavivírus, incluindo dengue, zika e Nilo Ocidental", diz Watterson, em comunicado

Estima-se que 390 milhões de pessoas sejam infectadas com a dengue em todo o mundo a cada ano, principalmente em áreas tropicais e subtropicais. Desses casos, cerca de meio milhão de desenvolvem uma forma mais grave da doença, que pode ser fatal.

Segundo Watterson, a descoberta é importante, pois o desenvolvimento de uma vacina para vírus como a dengue é um desafio global que ainda não foi atendido. “A criação de vacinas e terapias tem sido muito dificultada porque os anticorpos que têm como alvo a principal proteína do envelope viral também podem aumentar a doença", explica. "Esse fenômeno é chamado de realce dependente de anticorpos e contribuiu para as complicações decorrentes da implantação em larga escala da primeira vacina licenciada contra a dengue."

O anticorpo NS1 não conduziria esse realce, o que contribui para a descoberta de novas vacinas, inclusive de outros flavivírus que possam vir a se espalhar pelo planeta.