• Redação Galileu
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Piscina sagrada construída pelos fenícios há cerca de 2,5 mil anos em uma pequena ilha do Mediterrâneo (Foto: Sapienza University of Rome Expedition to Motya )

Piscina sagrada construída pelos fenícios há cerca de 2,5 mil anos em uma pequena ilha do Mediterrâneo (Foto: Sapienza University of Rome Expedition to Motya )

Um lago na ilha italiana da Mócia, na Sicília, serviu como uma piscina sagrada para os fenícios há 2,5 mil anos, conforme aponta um estudo publicado em 17 de março na revista Antiquity.

Arqueólogos acreditavam anteriormente que o local seria um antigo porto construído somente para fins militares. Porém, a nova pesquisa revela que o lago, que estava alinhado com a luz das estrelas, era uma das maiores piscinas para fins sagrados do Mediterrâneo.


No centro da lagoa havia um pedestal onde existiu uma estátua do deus fenício Ba'al. De acordo com o autor do estudo, Lorenzo Nigro, professor da Universidade de Roma La Sapienza, a área dedicada à divindade estava alinhada com a ascensão de Órion no solstício de inverno.

Piscina sagrada tinha estátua do deus Ba'al em seu centro (Foto: Sapienza University of Rome Expedition to Motya )

Piscina sagrada tinha estátua de deus fenício em seu centro (Foto: Sapienza University of Rome Expedition to Motya )

Outros artefatos também estavam posicionados na piscina sagrada em coerência com outros eventos astronômicos. “Isso aponta para o profundo conhecimento do céu alcançado por civilizações antigas”, avalia Nigro, em comunicado.

A superfície plana do lago, descoberto na década de 1920, pode ter sido usada para rastrear esses movimentos celestes, que eram importantes tanto para a navegação quanto para os feriados religiosos. Muitas das datas vinham de outras culturas, o que sugere que a ilha se abriu para um caldeirão de práticas culturais.

Ilha de Motya serviu como local sagrado para os fenícios há 2,5 mil anos  (Foto: Sapienza University of Rome Expedition to Motya )

Ilha da Mócia serviu como local sagrado para os fenícios há 2,5 mil anos (Foto: Sapienza University of Rome Expedition to Motya )

A piscina foi erguida por volta do ano 550 a.C, quando a região de Mócia foi reconstruída após um ataque de Cartago, antiga rival de Roma. As escavações que revelaram a estrutura religiosa fazem parte de um projeto que ocorre há décadas na região, mas o novo estudo é fruto de uma reinvestigação que começou em 2010.

Bloco com o pé esculpido de uma estátua encontrado na beira da antiga piscina  (Foto: Museo Archeologico Regionale A. Salinas, Palermo)

Bloco com o pé esculpido de uma estátua do deus fenício encontrado na beira da antiga piscina (Foto: Museo Archeologico Regionale A. Salinas, Palermo)






Ao longo de 10 anos, Nigro e sua equipe drenaram e escavaram a bacia na Mócia, que é maior que uma piscina olímpica. "Isso revelou que não poderia ter servido como porto, pois não estava ligado ao mar. Em vez disso, era alimentado por fontes naturais", explica o professor.

A equipe também encontrou templos adicionais, além de estelas, altares e oferendas. A área da piscina já foi preenchida e uma cópia da estátua de Ba'al foi colocada no centro para manter o impacto visual criado pelos antigos habitantes da Mócia.