• Redação Galileu
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Ossadas encontradas no estacionamento na Polônia (Foto: Divulgação/Museu Regional de Jasło)

Ossadas encontradas no estacionamento na Polônia (Foto: Divulgação/Museu Regional de Jasło)

Durante duas obras em um estacionamento na cidade de Jasło, na Polônia (uma na década de 1960 e outra em 2013), uma descoberta macabra de ossos humanos veio à tona. Mais tarde, em setembro de 2020, o local foi examinado novamente por arqueólogos, que descobriram que lá um dia existiu um cemitério católico e um mosteiro, em meados do século 14.

Acontece que o estacionamento abrigava restos mortais de mais de 110 pessoas, provavelmente relacionados a monges da Ordem Católica dos Carmelitas, que operou na região mesmo após o fim da Idade Média, até o século 18.

O mosteiro onde os religiosos viviam era localizado ao lado de uma capela e de um poço, supostamente abençoado pelo santo São Adalberto de Praga. De acordo com comunicado, o convento tinha vários artefatos, incluindo uma estátua da Virgem Maria com o Menino Jesus.

O estacionamento onde ocorreram as escavações do cemitério medieval e do mosteiro  (Foto: Divulgação/Museu Regional de Jasło)

O estacionamento onde ocorreram as escavações do cemitério medieval e do mosteiro (Foto: Divulgação/Museu Regional de Jasło)

Entre os anos 1707 a 1726, o mosteiro teria sido totalmente reconstruído e ganhado uma nova torre. O antigo prédio tornou-se então um hospital militar e uma delegacia de polícia antes de um incêndio destruí-lo, em 1899. Em 1902, o local foi convertido em estábulos. Até que, em 1960, as ossadas do terreno foram finalmente detectadas.

Durante a pesquisa em 2020, foram obtidos um total de 713 fragmentos de relíquias arqueológicas, incluindo peças de cerâmica, azulejos, telhas de fogão e pregos de ferro, além de quatro moedas de cobre e bronze, nove pedaços de vidro e um um pequeno fragmento de um pente de osso.

Canal descoberto durante as escavações na Polônia  (Foto: Divulgação/Museu Regional de Jasło)

Canal descoberto durante as escavações na Polônia (Foto: Divulgação/Museu Regional de Jasło)

Em uma publicação no Facebook, o Museu Regional de Jasło, responsável pelas descobertas, informou que a maioria dos ossos encontrados no estacionamento eram grandes, como ossadas de crânios, fragmentos de pélvis e escápulas. O número de ossadas menores, como as de mãos, pés, vértebras e costelas, era muito inferior.

“Isso sugere que esses ossos foram transferidos com menor precisão do cemitério original para o ossário. Os ossos escavados costumavam ser danificados e difíceis de extrair, prendendo-se uns aos outros”, detalha a instituição, que estimou haver 96 pessoas somente em um único ossário de um canal de tijolos de pedra.

Restos mortais presentes no ossário na cidade de Jasło, na Polônia (Foto: Divulgação/Museu Regional de Jasło)

Restos mortais presentes no ossário na cidade de Jasło, na Polônia (Foto: Divulgação/Museu Regional de Jasło)

“Os restos mortais descobertos no cemitério do mosteiro e o ossário criado como resultado de terraplenagens relacionadas à construção do canal são provavelmente de habitantes de Jasło e arredores. Talvez algumas das pessoas enterradas ali fossem parentes [dos monges] do mosteiro, mas nem todas", analisa Joanna Pilszyk, arqueóloga e historiadora do Ministério da Defesa Nacional da Polônia.