Arqueologia
Arqueólogos descobrem templo budista liderado por mulher há mil anos
Mosteiro na região de Bihar, na Índia, é cercado de singularidades, dentre elas ter sido liderado pela monja Vijayashree Bhadra no século 11 ou 12
2 min de leitura![Arqueólogos descobrem templo indiano liderado por mulher há mil anos (Foto: Reprodução Facebook/Excavation at Lal Pahari) Arqueólogos descobrem templo indiano liderado por mulher há mil anos (Foto: Reprodução Facebook/Excavation at Lal Pahari)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/_ikt4qv3Qg0uWKW3dkTyUXogln4=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2021/01/10/94989973_106346444399141_6023831648573849600_o.jpg)
Arqueólogos descobrem templo indiano liderado por mulher há mil anos (Foto: Reprodução Facebook/Excavation at Lal Pahari)
Escavações em Bihar, estado no leste da Índia, levaram arqueólogos a desvendar os resquícios de um monastério budista Mahayana datado do século 11 ou 12. Embora a região seja famosa por esse tipo de descoberta, o centro religioso é curioso por diversos motivos — entre eles o fato de ter sido liderado por uma mulher.
Segundo o jornal Times of India, é o primeiro monastério budista encontrado liderado por uma monja, cujo nome era Vijayashree Bhadra. Ao contrário da maioria dos mosteiros budistas, todas as celas tinham portas, o que sugere que os monges eram todos do sexo feminino ou que homens e mulheres viviam ali juntos. Dois selos de argila queimada com escrita sânscrita do século 8 ou 9 indicam que o nome do mosteiro era "O Conselho dos Monges de Śrīmaddhama vihāra".
A arquitetura do lugar também chamou atenção dos estudiosos. De acordo com o jornal Hindustan Times, a estrutura do mosteiro é inédita em um local de altitude na região de Bihar. “Monastérios foram descobertos em muitos locais dessa área, mas essa é a primeira construção no topo de uma colina”, disse à publicação o arqueólogo Anil Kumar, líder do estudo e pesquisador da Universidade Visva Bharati. Segundo ele, a escolha do local provavelmente tinha como intenção se afastar das atividades humanas para praticar os rituais Mahayana.
![Mosteiro budista está situado no topo de uma colina na região de Bihar, no leste da Índia (Foto: Reprodução Facebook/Excavation at Lal Pahari) Mosteiro budista está situado no topo de uma colina na região de Bihar, no leste da Índia (Foto: Reprodução Facebook/Excavation at Lal Pahari)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/7IJsaYX8ueYRaPMWWGZSlsarxFo=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2021/01/10/95217748_106291721071280_6273119513303056384_n.jpg)
Mosteiro budista está situado no topo de uma colina na região de Bihar, no leste da Índia (Foto: Reprodução Facebook/Excavation at Lal Pahari)
A equipe também descobriu um elemento arquitetônico na entrada da câmara principal do monastério que se refere a dois bodhisattvas, figuras do budismo que atrasam a iluminação pessoal a fim de oferecer a salvação aos adoradores presos à terra: Manjushri, que representa a sabedoria suprema, e Avalokiteshvara, que personifica a compaixão .
De acordo com Kumar, a região onde o templo se encontra funcionava como centro administrativo do Império Pala, cuja rainha era Mallika Devi. O arqueólogo explicou ao Hindustan Times que a área era conhecida como Krimila, nome também é mencionado na literatura budista.
A dinastia Pala governou Bihar e Bengala, hoje dois estados indianos, entre os séculos 8 e 12. Os líderes do império apoiavam instituições budistas e, segundo os pesquisadores, enviaram missionários para propagar a religião no Tibete.
![Resquícios do mosteiro liderado por monja em Bihar, na Índia (Foto: Reprodução Facebook/Excavation at Lal Pahari) Resquícios do mosteiro liderado por monja em Bihar, na Índia (Foto: Reprodução Facebook/Excavation at Lal Pahari)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/ygRhM-ZJ1HlvHP7gO28ojZZZExQ=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2021/01/10/95219887_106313381069114_2566926490520256512_o.jpg)
Resquícios do mosteiro liderado por monja em Bihar, na Índia (Foto: Reprodução Facebook/Excavation at Lal Pahari)
O budismo Mahayana cresceu na Índia há cerca de 2 mil anos e se tornou a religião dominante na Ásia Central e Oriental a partir do século 9. De acordo com a enciclopédia Britannica, a corrente é caracterizada por cosmologia grandiosa, ritualismo complexo, metafísica paradoxal e valores éticos universais.